Vem pra Minas Gerais.
Minas Gerais é uma das 27 unidades
federativas do Brasil,
localizada na Região Sudeste do país, sendo oquarto estado com
a maior área territorial e o segundo em
quantidade de habitantes. Limita-se ao sul e sudoeste com São Paulo,
a oeste com o Mato Grosso do Sul, a noroeste com Goiás e Distrito Federal, a norte e nordeste com a Bahia, a leste com o Espírito Santo e a sudeste com o Rio de Janeiro.
Seu território é subdividido em 853 municípios, a maior
quantidade dentre os estados brasileiros.
A topografia mineira é bastante acidentada,
sendo que alguns dos picos mais altos do país encontram-se
em seu território. O estado também abriga a nascente de alguns dos principais
rios do Brasil, o que o coloca em posição estratégica no que se refere aos
recursos hídricos nacionais. Possui clima tropical,
que varia demais frio e úmido no sul até semiárido em sua porção setentrional.
Todos esses fatores aliados propiciam a existência de uma rica fauna e flora
distribuídas nos biomas que cobrem o estado, especialmente o cerradoe
a ameaçada Mata Atlântica.
O território de Minas Gerais era habitado por indígenas quando os portugueses chegaram ao Brasil. Contudo,
ocorreu uma grande migração para o estado a partir do momento em que foi
anunciada a existência de ouro.
A extração do
metal trouxe riqueza e desenvolvimento para a então província, proporcionando seu
desenvolvimento econômico e cultural. Mas o ouro logo se tornou escasso,
provocando a emigração de grande parte da população, até que um novo ciclo (o
do café)
novamente traria a Minas projeção nacional e cujo fim levou ao processo de industrialização relativamente tardio.
Minas Gerais atualmente possui o terceiro maior produto interno bruto do Brasil, sendo que
grande parte do total produzido no estado ainda se deve a atividades
mineradoras.
Tal desenvolvimento também advém de sua notável
infraestrutura, como a grande quantidade de usinas hidroelétricas e a maior
malha rodoviária do país.
Em virtude de suas belezas naturais e de seu
patrimônio histórico, Minas Gerais é um importante destino
turístico brasileiro. O povo mineiro possui uma cultura peculiar,
marcada por manifestações religiosas tradicionais e culinária típica do
interior, além de importância nacional nas produções artísticas contemporâneas
e também no cenário esportivo.
Boa parte da história do atual estado de Minas
Gerais foi determinada pela exploração da grande riqueza mineral que se
encontra em seu território. Seu nome, inclusive, provém da larga quantidade e
variedade das minas presentes, que passaram a ser
exploradas desde o século XVII e até os dias atuais movimentam uma fração
importante da economia do estado.
Ocupação indígena
A região onde se encontra atualmente Minas Gerais
já era habitada por povos indígenas possivelmente entre
11 400 a 12 000 anos atrás, período o qual estima-se ter se originado Luzia,
nome recebido pelo fóssil humano mais antigo encontrado nas Américas,
achado em escavações na Lapa Vermelha,
uma gruta na região de Lagoa Santa e Pedro Leopoldo,
na Região Metropolitana de Belo
Horizonte. Na região dos municípios de Januária, Montalvânia, Itacarambi eJuvenília,
no norte do estado, escavações arqueológicas levaram a estimativas de que a
ocupação inicial tenha ocorrido entre 11 000 e 12 000 anos atrás.
Desse período, herdaram-se características culturais como o uso de peças de
pedra ou osso, fogueiras extintas, criação de cemitérios, pequenos silos com
sementes e pinturas rupestres. Mais tarde, há cerca de quatro mil anos,
especula-se que tenha ocorrido o cultivo de vegetais, em especial o milho, e há
dois mil anos já havia importante manufatura de produtos cerâmicos.
Mais de cem
grupos indígenas habitavam o estado de Minas Gerais. A região foi ocupada, até
o século XVI, por povos indígenas do tronco linguístico macro-jê,
tais como os xacriabás, os maxacalis,
os crenaques,
os aranãs,
os mocurins, os atu-auá-araxás e os puris.
Algumas
décadas após o Descobrimento do Brasil, no entanto,
passaram a ser visados a servirem como escravos, sendo capturados pelos bandeirantes
para os usarem em suas próprias fazendas ou serem vendidos durante séculos; os
que se revoltaram eram exterminados, o que provocou uma grande redução na
população indígena (restando atualmente cinco grupos: xacriabás, crenaques,
maxacalis, pataxós e pankararus).
A corrida do ouro
Desde o início
da colonização portuguesa, alguns colonos se embrenhavam nas matas em busca de
metais preciosos, motivados por lendas sobre as possíveis riquezas do interior
selvagem, mas raramente retornavam. Somente a partir do fim do século XVII
foram registradas as primeiras evidências de que a região de fato possuía uma
grande riqueza mineral, cuja descoberta atribui-se aos bandeirantes paulistas,
em especial a Antônio Rodrigues Arzão, que inicialmente
buscavam índios para servirem como escravos. Dentre as incursões que rumaram
para o interior do estado, destaca-se a de Antônio Dias de Oliveira, em cujo
assentamento aos pés do pico do Itacolomi viria se formar Vila Rica.
A notícia da descoberta de ouro na região logo se espalhou, atraindo pessoas
interessadas em adquirir riqueza fácil nas terras ainda a serem desbravadas.
Inicialmente o ouro era extraído do leito dos rios, o que obrigava os
garimpeiros a se mudar conforme o esgotamento do metal. Após algum tempo, a
exploração passou a ser feita também nas encostas de montanhas, o que obrigava
o assentamento permanente dos mineradores. Isso proporcionou o surgimento dos
primeiros núcleos de povoamento.
Os paulistas se
julgavam proprietários do ouro retirado das minas, alegando direito de
conquista, e não queriam que outros se apossassem dessa riqueza. Com isso, em
1708, teve início o primeiro grande conflito da região, uma guerra na qual os emboabas ("aquele que
ofende", em tupi) atacaram os paulistas. Estes saíram derrotados do
conflito e passaram a buscar por ouro em outras regiões, e o encontraram onde
hoje estão os estados deGoiás e Mato Grosso.
A imposição da autoridade da Coroa Portuguesa também
contribuiu para o fim do conflito, a partir da criação da Capitania de São Paulo e Minas de
Ouro em 1709 e da Capitania de Minas Gerais em 1720.
A Coroa Portuguesa,
então, passou a controlar com rigor a exploração de ouro nas minas, recolhendo
vinte por cento de tudo o que era produzido, o que ficou conhecido como quinto.
A população da capitania continuava a crescer, mas existiam até então somente
pequenos cultivos agropecuários de subsistência, o que demandava a importação
de produtos de outras regiões da colônia. Novos acessos a região passaram a ser
criados e o fluxo de pessoas e mercadorias aumentou intensamente surgindo,
assim, o primeiro grande mercado consumidor do Brasil. Ao longo desses acessos
apareciam povoados, tendo, portanto, papel fundamental no povoamento da
capitania. Dentre esses trajetos destaca-se o Caminho Novo,
que ligava as regiões mineradoras ao Rio de Janeiro. A intensa mistura de
pessoas associada a riqueza oriunda do ouro e a vida urbana proporcionaram a
formação de uma nova sociedade culturalmente diversa, com vários músicos,
artistas, escultores e artesãos. Dentre os movimentos culturais destacam-se o
trabalho de Aleijadinho e Mestre Ataíde,
dentre outros, que permitiram o florescimento do Barroco Mineiro.
No mesmo
período, na região do vale do Jequitinhonha, ocorreu a descoberta do diamante,
embora seus descobridores por décadas não reconheceram o valor desta pedra
preciosa. Contudo, a Coroa Portuguesa, ao reconhecer a produção mineral da
região, logo estabeleceu uma forma de cobrar impostos sobre a produção, de
forma similar ao quinto do ouro. O principal núcleo de exploração dos diamantes
era próximo de onde surgiu o Arraial do Tijuco (hoje Diamantina).
No auge da
exploração do ouro, a mão-de-obra
escrava era essencial para os grandes proprietários. Desta
forma, intensificou-se o comércio de negros trazidos do continente
africano para trabalhar nas minas. Muitos dos negros tentavam e
conseguiam fugir, o que provocou o intenso surgimento de quilombos por
todo o atual estado. Estima-se que durante o século XVIII surgiram mais de 120
destas comunidades por toda a capitania. Contudo, tais assentamentos não se
encontravam tão afastados dos centros mineradores, o que facilitava a fuga de
mais negros. Existia, ainda, o comércio de produtos de subsistência entre os
negros e comerciantes, que tiravam vantagem do preço mais baixo oferecido pelos
quilombolas.
Contudo, a
partir da segunda metade do século XVIII a produção aurífera dava sinais claros
de declínio. Para manter a arrecadação, a Coroa Portuguesa passou a aumentar os
impostos e a fiscalização na colônia, além de criar a derrama,
uma nova forma de imposto que garantiria seus lucros. As regiões auríferas
passaram a ficar cada vez mais escassas, e os colonos não mais podiam arcar com
tais impostos, levando o governo lusitano ao confisco de suas propriedades.
Tais ações
consideradas abusivas trouxeram profunda insatisfação entre a população
mineira. Então, influenciados pelos ideais do Iluminismo que
surgira na Europa e
se espalhavam pelo mundo ocidental, as elites mineradoras passaram a conjecturar
um plano com o objetivo de criar uma nova república na região de Minas Gerais.
A revolução estava marcada para acontecer em 1789, quando ocorreria uma nova
cobrança da derrama. Dentre os líderes do movimento estavam os poetas Cláudio Manoel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga, o padre Carlos Correia de Toledo e Melo, o coronel Joaquim Silvério dos Reis e o alferes Tiradentes. Contudo, a cobrança da derrama
foi revogada pelas autoridades lusitanas. Ao mesmo tempo, havia a investigação
por parte da coroa sobre o movimento de insurreição que estaria para acontecer.
Em troca do perdão de suas dívidas, Joaquim Silvério dos Reis delatou todo o
plano dos inconfidentes, o que levou à prisão de vários de seus companheiros
antes que a insurreição acontecesse. Como boa parte dos membros dos movimentos
tinham forte ligação com a elite, poucos foram de fato condenados. Como
Tiradentes era de origem popular, toda a responsabilidade do movimento foi
atribuída a ele. Como forma de reprimir outros movimentos, a Coroa Portuguesa
realizou o enforcamento e o esquartejamento do alferes, e partes de seu corpo
foram espalhadas por vias de acesso da capitania.
Até então a
maior parte da população da capitania concentrava-se nos núcleos urbanos e nas
proximidades da região mineradora. Contudo, o esgotamento das jazidas auríferas
e de diamantes levou à diáspora da população urbana, que se deslocou para
outras regiões. Os desbravadores passaram a criar novas fazendas por outras
regiões do atual estado, erguiam capelas onde posteriormente surgiam arraiais e
vilas. No início do século XIX, houve uma intensa criação de vilas, freguesias,
distritos e municípios. Isto contribuiu para a expansão e povoamento do
território mineiro, expandido suas fronteiras para o norte (adquirindo partes
da província de Pernambuco), para leste (adquirindo áreas do Espírito Santo),
para o oeste (anexando a região do Triângulo Mineiro, antes pertencente a Goiás).
A população mineira passou a ser predominantemente rural, e as cidades do ouro
ficaram cada vez mais vazias, o que teve grande influência na cultura e na
política da província.
O período imperial
Durante o período imperial, houve duas mobilizações
importantes da população. A primeira delas foi a Sedição Militar
de 1833, um movimento sem consistência que queria o retorno de Dom Pedro I ao
país, mas foi logo abafado pelo governo provincial. Outro grande movimento foi
a Revolução Liberal de 1842. No Brasil Império as
forças políticas estavam divididas essencialmente entre liberais e conservadores. Quando Dom Pedro II atingiu a maioridade em 1840, o Partido
Conservador assumiu o poder, o que provocou a revolta dos liberais. Tiveram
início, então, conflitos armados na província de São Paulo, que ganharam adesão dos
liberais mineiros em 1842, com a participação inicial de quinze dos quarenta e
dois municípios existentes na época. Para conter os revoltosos, o governo
imperial enviou guardas nacionais e unidades do
exército, que deveriam prender os líderes do partido liberal. Transcorreram
vários conflitos durante mais de dois meses até que o movimento foi finalmente
abafado por completo. Os líderes foram julgados e absolvidos seis anos depois.
Durante a
segunda metade do século surgiram os primeiros avanços no setor industrial em
Minas. No campo siderúrgicocomeçava a aumentar a produção e manufatura do ferro. Surgiram ainda
várias fábricas de produtos têxteis, laticínios, vinhos, alimentos, cerâmicas e
louças. Contudo as atividades agropecuárias dominavam a economia da época,
sendo voltadas principalmente para subsistência, desfavorecendo o crescimento
econômico da província. A mão-de-obra era predominantemente escrava,
provenientes dos que restaram das atividades mineradoras. A produção de café voltada para a
exportação chegou à província no início do período imperial e aumentou
substancialmente até o fim do século. Contudo, a produção paulista sempre foi
expressivamente maior e fatores administrativos, naturais e econômicos
desfavoreceram o desenvolvimento da cafeicultura mineira na época.
Cafeicultura
Em 1889 tem
início o período da República Velha no Brasil, que foi
comandado inicialmente por presidentes militares. Somente em 1894
houve a eleição do primeiro presidente civil do Brasil, dando início ao período
da República
Oligárquica. Em Minas Gerais, surgiam os primeiros grandes barões do
café, responsáveis por aumentar significativamente a produção do estado. As
oligarquias cafeeiras tinham grande influência no cenário político nacional, a
ponto de escolherem os representantes que iriam ocupar o cargo de presidente do
país. Os dois estados mais populosos do país, então, firmaram um acordo em que
os presidentes eleitos seriam alternados entre paulistas e mineiros, o que
ficou conhecido como política do café-com-leite.
Houve, contudo,
algumas divergências políticas entre os dois estados, o que permitiu a eleição
de presidentes de outros estados, embora nunca deixassem de exercer influência
sobre o processo eleitoral. Na década de 1920, vários fatores aceleraram o
declínio do domínio oligárquico, como revoltas populares, movimentos
tenentistas e a crise econômica do café, que se agravou ainda mais com a grande depressão. Mas a política do
café-com-leite terminou de fato quando o então presidente paulista Washington Luís deveria indicar um mineiro
para sucessão, mas indicou outro paulista, Júlio Prestes.
Em oposição ao episódio, Minas Gerais se uniu à Aliança Liberal, que realizou um golpe de Estado em 1930 e instaurou uma
nova república no Brasil, sob o comando de Getúlio Vargas.[28][30]
Industrialização
O ciclo do café
no estado teve certas características particulares que desfavoreceram o
crescimento econômico do estado. O lucro gerado pela cultura era em parte
destinado aos portos de exportação nos estados vizinhos. Além disso, findo o
período da escravidão, não houve a transição direta para o trabalho livre e
assalariado nas lavouras, o que levou à menor circulação monetária. Outro
agravante era a desarticulação entre as regiões do estado, que tinham mais
relações econômicas com os estados vizinhos. Em reconhecimento a esta situação,
as elites mineiras iniciaram uma tentativa de centralizar a economia estadual a
partir de diversas iniciativas, dentre elas a criação de uma nova capital, Belo Horizonte,
em 1897. Uma exceção ao atraso industrial foi a cidade de Juiz de Fora,
que apresentou um surto de desenvolvimento industrial sustentado pela economia
cafeeira aliado à proximidade com o Rio de Janeiro. Contudo, tal
desenvolvimento durou até 1930, quando a competição com os outros grandes
centros industriais do país levou à estagnação e posterior declínio do parque
industrial da cidade.
O projeto de
desenvolvimento mineiro estava pautado em duas orientações. A primeira delas
incluía a diversificação produtiva, em que se pretendia a criação de uma forte
agricultura capaz de sustentar o desenvolvimento industrial. A outra estratégia
envolvia o aproveitamento dos recursos naturais do estado para realizar a
especialização produtiva, com a produção de bens intermediários. Através das
primeiras décadas do século XX o plano foi sendo gradualmente implementado com
diversas iniciativas, como a criação da cidade industrial de Contagem em
1941. Contudo, o avanço foi prejudicado por conta de problemas logísticos como
a falta de energia e de uma rede eficiente de transportes.
A partir do fim
da década de 40 e ao longo da década de 50, entretanto, Minas passa por um
importante processo de transformação, que visa sanar os problemas que barravam
o desenvolvimento mineiro, principalmente durante o período do mandato de Juscelino Kubitschek como governador
(1951-1955) e presidente da república (1956-1961). Foram criadas a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig),
várias usinas hidroelétricas e milhares de
quilômetros de rodovias.[31]Um
importante setor industrial que se desenvolveu neste período foi o metalúrgico,
sustentado pela exploração do ferro na região central do estado. Contudo, a
instabilidade econômica que se sucedeu durante a década de 1960 afetou a
continuidade de tal crescimento, deixando o estado em defasagem.[31] Durante
a ditadura militar, as federações de indústrias de Minas Gerais e importantes
industriais mineiros apoiaram o regime.
Na década
seguinte, entretanto, Minas retoma sua trajetória de crescimento econômico
beneficiado, sobretudo, pelo processo de descentralização industrial. Como
resultado, o crescimento do produto interno bruto mineiro foi superior
à média nacional por vários anos. Tal processo deveu-se ao incremento da
produção industrial e fortalecimento da agricultura. Tal processo provocou
ainda o aumento da porcentagem da população que vivia nas cidades, embora boa
parte deste êxodo rural tenha motivado a emigração da população para os grandes
centros urbanos de outros estados. Na década de 1980, o crescimento econômico
mineiro sofre uma nova descontinuidade por conta da crise econômica
generalizada pela qual o país passava. Mesmo assim, o crescimento mineiro ainda
foi superior à média nacional. A partir da década de 90, o estado apresentou
baixo dinamismo econômico, seguindo a tendência nacional. A partir de então,
Minas se consolida na economia nacional com o terceiro maior PIB do país, e se
mantém na posição até hoje.
Geografia de Minas Gerais
Minas Gerais é
uma das 27 unidades federativas do Brasil,
localizada na Região Sudeste do país, limitando-se
com os estados de São Paulo a sul e sudeste, Rio de Janeiro a
sudeste, Mato Grosso do Sul a oeste, Goiás e Distrito Federal a noroeste, Bahia (a norte e
nordeste) e Espírito Santo a norte e leste, tendo
um total de 4 727 km de linha fronteiriça.
A área do
estado, segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), é de 586 522,122 km²
e equivale a 6,89% do território brasileiro, sendo o quarto maior
estado em tamanho territorial (depois de Amazonas, Pará e Mato Grosso),
dos quais 2 525,8 km² estão em perímetro urbano. A distância linear entre
os pontos extremos estaduais é de 1 248 km no sentido leste–oeste e
986 no sentido norte–sul.
Relevo
A maior parte do
território mineiro apresenta altitudes que oscilam entre 900 e 1 500
metros, tendo predominância deplanaltos com escarpas e depressões, mais notáveis na região central. O
ponto mais alto do estado é o Pico da Bandeira,
situado na divisa com o Espírito Santo, com 2 891 metros de altitude (o
terceiro maior do país), seguido pelo Pico do Cristal com
2 780 metros. Além
da Serra do Caparaó, onde está o pico da Bandeira,
outros maciços montanhosos merecem destaque no território mineiro, dentre eles
a Serra do Espinhaço, que segue do centro em
direção ao norte do estado até o limite com a Bahia. Ao sul, delimitando a
fronteira com os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, está a Serra da Mantiqueira na qual situam-se alguns dos mais altos picos do país, como
o Agulhas Negras com 2 787 metros
de altitude. Outras cadeias montanhosas de menor porte espalham-se por todo o
estado, dentre as mais notáveis a Serra da
Canastra e do Lenheiro.
Oficialmente, as
formas de relevo existentes no estado de Minas Gerais podem ser divididas nos
seguintes tipos de unidades geomorfológicas: planalto Cristalino, serra
do Espinhaço, depressão do
rio São Francisco, planalto
do São Francisco e planalto
do Paraná. O planalto cristalino possui altitudes médias de 800
metros — sendo reduzida ao aproximar-se da Zona da Mata —, apresentando depressões
onde originam-se os vales dos rios Jequitinhonha e Doce.
A serra do Espinhaço possui altitude média
de de 1 300 metros, relevando-se por dividir a bacia do rio São Francisco com as
bacias hidrográficas costeiras. A depressão do rio São Francisco tem
altitude média de 500 metros e está presente na parte oeste de Minas, em
sentido norte-sul. O planalto do São Francisco tem altitude média de mil
metros e é composto por chapadões acidentados entrelaçados por vales. Por
fim, o planalto do Paraná tem altitude média de 600 metros e corresponde ao
sudoeste mineiro, sendo cortado por rios como o da Prata, Tijuco e
o Araguari.
Hidrografia
Na rede
hidrográfica, entre os principais rios do estado de Minas Gerais estão o Doce,
que nasce entre as encostas das serras da Mantiqueira e Espinhaço e percorre
853 km até desaguar no Oceano Atlântico, no Espírito Santo ; o Grande, cuja nascente está na Serra da
Mantiqueira, no município de Bocaina de Minas,
percorrendo 1 360 km até o Rio Paranaíba,
formando assim o Rio Paraná (no estado de São Paulo) ; o Paranaíba,
que nasce na Mata da Corda, em Paranaíba, e tem
aproximadamente 1 070 km ; o São Francisco, que nasce na Serra da Canastra,
percorre 2 830 km, cortando a Bahia e passando por Pernambuco, Sergipe e Alagoas até
desaguar no oceano, sendo suas águas essenciais para o turismo, lazer,
irrigação e transporte em várias cidades, especialmente no norte mineiro e,
por fim, o Jequitinhonha, que nasce na serra do Espinhaço,
em Serro,
e percorre 920 km até sua foz no Atlântico. Outros rios importantes
do estado são o Mucuri, Pardo, Paraíba do Sul, São Mateus[49] e das Velhas.
O Parque Estadual do Rio Doce abriga o
maiorsistema lacustre do
estado. Contudo, existem importantes reservatórios de usinas hidrelétricas,
como a Represa de Furnasno sul e a Três Marias no centro do estado.
Devido à grande
quantidade de nascentes, o estado é conhecido como a caixa-d'água do Brasil,
tendo muitos desses rios relevância energética, agrícola e turística, com
grande presença de usinas hidrelétricas, canais para irrigação e atividades de
lazer. 16 bacias hidrográficas compõem o estado de Minas Gerais, sendo a
maior delas a do São Francisco, que abrange uma área de 2,3
milhões de km² no estado. Quatro regiões hidrográficas abrangem o
território mineiro, sendo elas a do São Francisco (tendo
como principais componentes, em Minas, os rios São Francisco, das Velhas e Paracatu),
doAtlântico Leste (rios
como São Mateus, Doce, Itaúnas e Itabapoana),
do Atlântico Sudeste e
do Paraná (composta pelas sub-bacias dos
rios Paranaíba e Grande). Na estação das secas é observado um menor volume
das águas, sendo que no norte mineiro alguns cursos chegam a secar nos períodos
de estiagem. Já na estação das chuvas ocorre a cheia dos rios
e, por vezes, enchentes.
Clima
No estado de
Minas Gerais, predominam quatro tipos distintos de clima: o clima subtropical
de altitude (Cwb, segundo aClassificação climática de
Köppen-Geiger), que ocorre nas regiões mais elevadas das serras da Canastra,
Espinhaço eMantiqueira e em pequenas áreas próximas
às cidades de Araguari e Carmo do Paranaíba, tendo estiagens no
inverno e temperaturas amenas durante o ano e cuja temperatura média do mês
mais quente é inferior a 22 °C; o clima subtropical de inverno seco — e
com temperaturas inferiores a 18 °C — e verão quente — temperaturas
maiores de 22 °C — (Cwa), observado a norte das serras do Espinhaço e do Cabral;
clima tropical com inverno seco (Aw), que predomina no Triângulo Mineiro, na Zona da Mata, Vale do Rio
Doce e em quase toda a metade norte do estado, tendo estação seca no inverno e
chuvas abundantes no verão, com precipitações anuais entre 750 mm a
1 800 mm; e o clima seco com chuvas no verão (BSw), que ocorre no norte
mineiro, com precipitações anuais sempre inferiores a 1 000 mm e por vezes
menores que 750 mm. Segundo a Superintendência do Desenvolvimento
do Nordeste (Sudene), o clima semiárido está presente em 88
municípios mineiros, todos no norte do estado, muitos dos quais estão em
processo de desertificação.
O estado sofre
influência de frentes frias durante todo o ano, no entanto no inverno a
presença de um núcleo anticiclonesubtropical impede o avanço da umidade, mantendo os
dias secos e ensolarados, e favorece a influência de massas de ar frio,
configurando-se a estação seca. Entre
o final da primavera e começo do verão (principalmente
entre novembro e março), com o afastamento do anticiclone, as frentes frias
atuam com maior intensidade e há uma intensa organização da convecção tropical, manifestada por uma
banda de nebulosidade convectiva, as chamadas zonas de convergência—
dentre as quais a zona de convergência do Atlântico sul (ZCAS)
é a que mais afeta o estado, provocando dias seguidos de chuvas intensas em
algumas regiões. Devido à nebulosidade, as chuvas causadas pelas ZCAS e
por frentes frias são capazes de provocar quedas de temperatura, que
normalmente fica elevada nessa época, devido à atuação de massas de ar quente
continental.
Ecologia e meio ambiente
Originalmente, a
cobertura vegetal de Minas Gerais era constituída por quatro biomas principais: cerrado, Mata Atlântica,campos rupestres e
a mata seca. O
cerrado é o bioma predominante, sendo observado em 50% do território mineiro,
mais presente na porção oeste do estado. A vegetação é predominantemente
rasteira, composta por gramíneas, arbustos e árvores, tendo como representantes
da fauna tamanduá, tatu, anta, jiboia, cascavel e
o cachorro-do-mato, além de espécies ameaçadas de
extinção, como o lobo-guará, o veado-campeiro e
o pato-mergulhão. A Mata Atlântica ocupa a
segunda maior área de ocorrência em Minas Gerais, predominando nas regiões da
Zona da Mata, Campos das Vertentes, Sul, Metropolitana de Belo Horizonte, Vale
do Rio Doce e Vale do Mucuri, no entanto foi fortemente devastada, ocorrendo
atualmente em áreas restritas. A vegetação é densa e, devido ao elevado índice
pluviométrico, bastante verde, sendo possível encontrar bromélias, cipós, samambaias, orquídeas e líquens e,
na fauna, macacos, preguiças, capivaras, onças,araras, papagaios e beija-flores.
Os campos rupestres possuem cobertura vegetal de menor porte e são típicos das
terras altas do estado, tendo vegetação herbácea e poucas árvores, apresentando raposas, veados, micos,
capivaras ecobras.
Já a mata seca é uma fitocenose do cerrado e ocorre no norte do estado, no vale
do rio São Francisco, apresentando plantas espinhosas e com galhos secos,
dentre as quais destacam-se as barrigudas,
os ipês e
os pau-ferrosna flora e a ariranha,
a onça, a anta, a capivara e a águia-pescadora na
fauna.
Segundo o Instituto Estadual de Florestas (IEF),
o estado contava, em 2012, com onze estações ecológicas (que protegiam um
total de 12 528,9812 ha.), nove reservas biológicas (16 977,35 ha.), onze monumentos naturais (8 581,8 ha.),
quatro refúgios de vida silvestre (22 292,76 ha.),
16 áreas de proteção ambiental (APA —
2 154 705,71 ha.), duasflorestas
estaduais (4 538,87 ha.), uma reserva de desenvolvimento
sustentável (4 538,87 ha.), 182 reservas particulares do patrimônio
natural (RPPN — 90 148,39 ha.), e 23 parques
estaduais. Sete parques
nacionais também estão situados em Minas Gerais: Caparaó, Grande Sertão Veredas, Itatiaia, Cavernas do Peruaçu, Sempre-Vivas, Serra da Canastra e Serra do Cipó, de acordo com o Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).[72] A
Serra do Cipó é inclusive a maior comunidade vegetal em espécies por metro
quadrado do mundo.
Apesar da
existência das áreas de preservação, o estado ainda apresenta consideráveis
índices de desmatamento, encontrando-se com 9,84% de seu território
dentro do polígono das secas, segundo dados da Organização das
Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Outra
situação grave é a da Mata Atlântica, cujo bioma perdeu um espaço de
10 572 ha. entre 2011 e 2012 em Minas Gerais, o que representa 44% do
total desmatado em todo país. A Mata Atlântica, que já chegou a ser
estender doRio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte de hoje, foi quase
totalmente devastada, restando atualmente apenas 5% de sua vegetação original
(cerca de 52 000 km²); em Minas Gerais, cobria cerca de 81,8% da
área que corresponde ao atual estado, mas hoje esse percentual é de apenas de
7%, sendo os principais responsáveis pelo desflorestamento, no período
colonial, a extração do pau-brasil e as plantações de cana-de-açúcar e café e,
mais recentemente, a mineração e a agropecuária. Por outro lado, muitos
projetos do governo e iniciativas privadas estão tentando reverter este quadro.
Demografia.
Minas Gerais é o segundo estado
mais populoso do Brasil, com uma população estimada de cerca de
20,73 milhões de habitantes em 2014. A densidade demográfica do estado é de 33,41
habitantes por quilômetro quadrado. Ao longo do século passado, Minas tem
sempre apresentado um crescimento populacional inferior à media nacional. O
movimento da população rural em direção às zonas urbanas observado durante o
mesmo período também foi acentuado, contudo bem abaixo da média nacional. Ainda
durante o mesmo período, observou-se o intenso movimento emigratório da
população mineira em direção a outros estados que se mostravam promissores
durante seu desenvolvimento industrial, especialmente São Paulo e Rio de
Janeiro. Especialmente durante a década de sessenta, mais de dois milhões de
mineiros deixaram o estado. Ao longo das décadas seguintes, a população
continuou a emigrar para outras regiões mas, devido às novas oportunidades que
surgiam em Minas, essa taxa foi gradualmente diminuindo. Somente na década de
1990 o saldo migratório tornou-se favorável para Minas, ou seja, o estado
possuía mais imigrantes do que emigrantes. A região central do estado, em
especial a região metropolitana de Belo Horizonte, é a mais populosa e a que
apresenta maior crescimento populacional em todo o estado. Logo a seguir
encontram-se as regiões do Alto Parnaíba, Centro-Oeste, Sul e Triângulo. A região
nordeste do estado, por sua vez, possui o menor contingente populacional do
estado em virtude da probeza e estagnação econômica da região.
A população
mineira era composta em 2012 por 49,2% de homens e 50,8% de mulheres. A taxa de
fecundidade em 2012, ou seja, a quantidade média de filhos que uma mulher teria
em média é de 1,7, pouco abaixo da média nacional que é 1,8. A mortalidade
infantil no mesmo ano, por sua vez, ficou em 13,2 mortes por mil nascidos
vivos, também abaixo da média brasileira de 15,7 mortes. Por fim, a esperança
de vida ao nascer em Minas ficou em torno de 76 anos, sendo que para as
mulheres esta expectativa é de 79 anos e para os homens é de aproximadamente 73
anos.
Etnias
De acordo com o censo de 2010 do IBGE, pouco menos da
metade (45,4%) da população mineira se autodeclaravabranca, enquanto uma parcela semelhante (44,3%)
se autodeclarava parda e 9,2% se consideravam pretos.
Uma pequena parcela, por sua vez, consideravam-se amarelos ou indígenas (1,1%).
A maior parte da
população mineira é descendente de colonos portugueses originários
do Norte de Portugal(particularmente do Minho) e de escravos africanos,
sobretudo oeste-africanos e bantos, vindos durante a
época damineração, no século XVIII e, após a decadência desta no
século XIX, para trabalharem na produção agrícola. Além destes,
contribuíram para a diversidade da população mineira imigrantes,
sobretudo italianosDos pouco mais de
trinta mil indígenas que habitam o estado atualmente, pouco mais de onze mil
estão distribuídos entre doze etnias que pertencem ao tronco linguístico macro-jê.
A maior reserva indígena do estado pertence aos Xacriabás,
localizados nos municípios de Itacarambi e São João das Missões, com mais de oito mil
integrantes.
Vários outros
estudos genéticos já foram feitos contemplando diferentes grupos raciais e
geográficos de Minas Gerais. De maneira geral, todos estes estudos concluem que
a população mineira é intensamente miscigenada,
sendo a ancestralidade europeia alta, seguida pela africana e, menos
importante, a indígena. Um estudo genético realizado com pessoas de Belo
Horizonte revelou que a ancestralidade dos belo-horizontinos é 66% europeia,
32% africana e 2% indígena. De maneira geral, os mineiros apresentam muito
baixo grau de ancestralidade indígena, enquanto a ancestralidade europeia
(principalmente portuguesa) e africana predominam. Isto se deve ao fato de que
a população indígena foi exterminada, ao mesmo tempo que chegavam à região
contingentes enormes de escravos africanos e colonos portugueses, diluindo a
contribuição indígena na população. Em relação ao componente europeu
(português), apesar de ter sido numericamente inferior ao componente africano,
o primeiro acabou por predominar, devido às altas taxas de mortalidade e baixos
índices de reprodução entre os escravos. A própria imigração de italianos e
outros europeus para Minas Gerais no final do século XIX contribuiu para
aumentar o grau de ancestralidade europeia. Em um estudo genético, 13,8%
dos mineiros portadores de anemia falciforme testados tinham mais de 85% de
ancestralidade europeia e 11,05% dos portadores de anemia falciforme tinham
mais de 85% de ancestralidade africana. A maioria deles, 73,37%, apresentou
níveis intermediários de mistura (entre 15 e 85%).De acordo com com um estudo
genético autossômico realizado em 2013, a composição da população mineira´é a
seguinte: 59,20% europeia, 28,90% africana e 11,90% indígena.
Habitação
Em 2012, cerca
de 84,5% da população mineira, o que representa mais de 16,7 milhões de
pessoas, viviam nas cidades, sendo que a taxa de urbanização era ligeiramente
menor que a brasileira (84,8%). Outros 2,9 milhões viviam nas áreas rurais do
estado.
O estado de
Minas Gerais possuía, segundo o censo de 2010, 6 028 223 domicílios,
sendo 5 187 234 na zona urbana(86,05%)
e 840 989 na zona rural (13,95%). Desse total,
5 358 704 eram casas (88,89%),
588 530 eram apartamentos(9,76%), 51 837 eram casas de vila ou em condomínio (0,86%),
28 988 eram habitações em casa de cômodos ou cortiços(0,48%)
e 164 eram ocas ou malocas. Quanto
à forma de ocupação, 4 358 203 domicílios eram próprios (72,30%),
sendo 4 067 375 próprios já quitados (67,47%) e 290 828 em
processo de aquisição (4,82%); 1 106 769 eram alugados (18,36%);
538 529 eram cedidos (8,93%), sendo 171 537 por empregador (2,85%) e
366 992 cedidos de outra forma (6,09%) e os 24 722 restantes eram
ocupados sob outras condições (0,41%). No ano de 2010, o déficit habitacional, segundo os critérios
elaborados pela Fundação João Pinheiro, ultrapassava 557 mil pessoas,
dos quais mais de 507 mil estavam situados na zona urbana. Este indicador
representa a parcela da população cujas moradias não apresentam o mínimo de
infraestrutura necessária ou que pagam aluguel que compromete a renda familiar
ou que moram em locais com uma quantidade elevada de pessoas.
Renda e desigualdade
O rendimento
médio per capita de Minas
Gerais é de 733 reais, de acordo com o censo realizado em 2010 pelo IBGE,
encontrando-se abaixo da média
nacional. Contudo, o estado apresenta uma grande disparidade
entre suas regiões no que se refere ao desenvolvimento econômico e social. As
regiões mais ricas do estado, como a Central e o Triângulo Mineiro possuem
renda per capita de
mais de novecentos reais, enquanto as áreas mais pobres localizadas no norte do
estado, especialmente nos vales do Jequitinhonha e do Mucuri, este valor não
ultrapassa quinhentos reais. Contudo, verifica-se o crescimento maior da renda
das regiões mais pobres, motivados sobretudo pelo aumento do salário mínimo e pelos programas de transferência
de renda do governo federal.
O Índice de Desenvolvimento Humano, baseados
em fatores como saúde, educação e qualidade de vida, revelam de forma ainda
mais acentuada a desigualdade entre as regiões de Minas Gerais. O norte e
nordeste do estado concentram a maioria dos municípios com baixo IDH, enquanto
a região Sul, Triângulo e Alto Paranaíba que a situação é oposta. A região
central do estado, embora seja rica, possui alto índice de desigualdade, ou
seja, a renda não é igualmente distribuída entre a população. Cerca de
seiscentos mil pessoas moram em aglomerados subnormais, dos quais pouco mais da
metade estão na capital mineira. O maior aglomerado, contudo, localiza-se em Betim e possui mais
de vinte e três mil habitantes. Coronel Fabriciano e Vespasianosão
os que apresentam maior porcentagem da população vivendo nessas áreas (mais de
20%).
Religião
De acordo com o
Censo 2010, a maior parte da população (13,8 milhões de pessoas) se consideram católicos, o que coloca o estado em nono lugar
quando se considera a porcentagem da população pertencente a esta religião
(73,32%). Embora o número de católicos venha apresentando gradual queda
nos últimos anos, a religião ainda está fortemente enraizada na cultura
mineira, especialmente nas áreas rurais e nas cidades do interior, onde são
comuns celebrações e festejos organizados pelas paróquias das
comunidades. Quase quatro milhões de mineiros pertencem a igrejas
evangélicas das quais destacam-se, de acordo com o número de
adeptos, a Assembleia de Deus (mais de
setecentos mil seguidores), Igreja Batista (mais
de quinhentos mil seguidores) e a Igreja do Evangelho Quadrangular (quase
trezentos e cinquenta mil adeptos). Cerca de 420 mil pessoas no estado são
adeptas do espiritismo, que teve como importante divulgador o médium mineiro Chico Xavier. Existem
ainda várias outras minorias religiosas no estado, dentre elas aUmbanda e
o Candomblé que
juntas possuem menos de vinte mil adeptos e cujos rituais por vezes são
confundidos com tradições folclóricas. Quase um milhão de mineiros, por
sua vez, consideram-se sem religião dos
quais cerca de setenta mil são ateus e
pouco mais de sete mil são agnósticos.
Política
O estado de
Minas Gerais, assim como em uma república, é governado por três poderes: o
executivo, representado pelogovernador, o legislativo, representado pela
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (ALMG), e o judiciário,
representado pelo Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais e outros
tribunais e juízes. Além dos três poderes, o estado também permite a
participação popular nas decisões do governo através de referendos e
plebiscitos. A atualconstituição do estado de Minas Gerais foi promulgada em
1989, acrescida das alterações resultantes de posterioresemendas
constitucionais.
O poder executivo está
centralizado no governador do estado, que
é eleito emsufrágio universal e voto direto e secreto
pela população para mandatos de até quatro anos de duração, podendo ser
reeleito para mais um mandato. O cargo tem sido ocupado por Fernando
Pimentel, membro do Partido dos Trabalhadores(PT), sendo Antônio Andrade o vice-governador. Ouro Preto foi
a capital mineira
entre 1721 e o final do século XIX, no entanto em 1897 a sede do governo fora
transferida para a recém-criada cidade deBelo Horizonte,
devido à antiga Vila Rica não comportar o crescimento econômico e populacional.
Nesta mesma ocasião foi construído o Palácio da Liberdade, primeira sede do governo
mineiro em Belo Horizonte, que desde 2010 funciona noPalácio Tiradentes,
localizado na Cidade Administrativa de Minas Gerais.
O poder
legislativo mineiro é unicameral,
constituído pela Assembleia
Legislativa do Estado de Minas Gerais, que tem sede no Palácio da Inconfidência e é
constituída por 77 deputados, que são eleitos a cada quatro anos. No Congresso Nacional, a representação
mineira é de três senadores e 55 deputados federais. Já o poder judiciário tem a função de julgar,
conforme leis criadas pelo legislativo e regras constitucionais brasileiras,
sendo composto por desembargadores, juízes e ministros. Atualmente,
a mais alta corte do Poder Judiciário mineiro é o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). De
acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o
estado possuía, em novembro de 2013, 15 032 578 eleitores, o que
representa 10,6% dos eleitores do país, sendo o segundo maior colégio eleitoral
do Brasil.
Subdivisões
A primeira
divisão feita no território mineiro foi feita em 1711, a pedido do então
governador Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho, após a área do atual
estado desmembrar-se da Capitania de São Paulo e Minas de
Ouro. Neste ano, foram criadas a Vila Ribeirão do Carmo (atual Mariana,
em 8 de abril), Vila Rica (atual Ouro Preto,
em 8 de julho) e Vila Real de Nossa Senhora da Conceição de Sabará (atual Sabará,
em 17 de julho). Atualmente, Minas Gerais possui várias subdivisões, baseadas
em aspectos socioeconômicos, com fins estatísticos, principalmente. O estado é
dividido em 853 municípios, que estão distribuídos em 66microrregiões e
12 mesorregiões, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), sendo elas:
O estado também é dividido a partir da regionalização da Secretaria de
Planejamento e Gestão (SEPLAG; antiga Secretaria do Planejamento e Coordenação
Geral — SEPLAN), que vinha sendo elaborada desde a década de 1970 e hoje segue
a divisão adotada em dezembro de 1995. Segundo a SEPLAG, Minas Gerais se divide
em dez regiões de planejamento, a saber: Alto Paranaíba (31 municípios), Central
(158), Centro-Oeste de Minas (56), Jequitinhonha/Mucuri (66), Mata (142),
Noroeste de Minas (19), Norte de Minas (89), Rio Doce (102), Sul de Minas (155)
e Triângulo (35).]
Oficialmente,
também existem duas regiões metropolitanas no estado de Minas Gerais, sendo
elas a de Belo Horizonte e do Vale do Aço, além
da Região Integrada
de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno, que tem sede em Brasília mas
envolve os municípios mineiros de Buritis, Cabeceira Grande eUnaí.
Uma região metropolitana ou área metropolitana
é um grande centro populacional, que consiste em uma (ou, às vezes, duas ou até
mais) grande cidade central, e sua zona adjacente de influência. Geralmente,
regiões metropolitanas formam aglomerações urbanas, uma grande área urbanizada
formada pela cidade núcleo e cidades adjacentes, formando uma conurbação,
a qual faz com que as cidades percam seus limites físicos entre si.
Minas Gerais é o
estado brasileiro que possui o terceiro maior produto interno bruto, que totalizava 351,38
bilhões de reais no fim do ano de 2010. Ao longo dos últimos anos, a economia
mineira apresentou crescimento praticamente contínuo, interrompido somente
durante a grande recessão entre os anos de 2008 e
2009 quando houve o decréscimo significativo do PIB mineiro. Contudo,
posteriormente, a economia voltou a crescer em ritmo superior à media nacional.
Das mesorregiões mineiras, a Região Metropolitana de Belo Horizonte concentra
45% das atividades econômicas do estado, e é também uma das regiões que
apresenta maior crescimento. A capital mineira, por si só, possui 43% das
atividades econômicas da região, seguida pelos municípios de Betim e Contagem.
A seguir estão o Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, o Sul e Sudoeste de Minas,
Zona da Mata e Vale do Rio Doce que juntas correspondem a cerca de 40% do PIB
mineiro. As mesorregiões menos desenvolvidas são os Vales do Jequitinhonha e do
Mucuri que juntas possuem 2,1% de participação no PIB estadual.
O estado,
segundo dados de 2012, é o terceiro que mais exporta no país, sendo responsável
por 12,78% dos produtos vendidos ao exterior, ficando atrás apenas de São Paulo
(26,55%) e Rio de Janeiro (12,88%). A pauta de exportação do estado, no
entanto, é muito concentrada e baseada em produtos primários, principalmente
minério de ferro (43,15%), café (11,29%), ferro-ligas (5,86%) e ouro (5,15%). O
volume total de exportações em 2012 foi de cerca U$D
33 000 000 000,00 (trinta e três bilhões de dólares).
Agropecuária
O setor primário da
economia mineira correspondeu a cerca de 8,7% da soma de tudo o que foi
produzido no estado durante o ano de 2012. Das culturas do estado, o café foi
o que teve a maior participação no que se refere ao valor da produção agrícola
estadual, chegando a 40% em 2011. Minas Gerais foi a origem de 61,2% de todo o
café produzido no país no mesmo ano sendo, portanto, o maior produtor do país. A
região sul do estado é a principal origem do café mineiro, onde é cultivado em
sua maioria a variedade arábica. A
produção de cana-de-açúcar, por sua vez, representa quase
vinte por cento do valor da produção agrícola de Minas, seguido pelo milho, soja e feijão.
Minas também se destaca no cenário nacional na produção de batata, sorgo, tomate, banana e abacaxi.
No município de Jaíba, no norte de estado, um projeto implantou a maior área
de agricultura irrigada da América do Sul, onde são cultivadas mais de trinta
variedades de frutas, dentre elas a banana-prata, da qual o município é o maior
produtor.
Em relação à pecuária,
Minas Gerais lidera a produção nacional de leite, com uma produção de
8,4 bilhões de litros em 2010, o que equivaleu a um quarto da produção
brasileira. O estado também possui uma importante participação nacional nas
criações de corte de bovinos,suínos e frangos.
A produção mineira de ovos também
foi a segunda maior do país, com cerca de 375 milhões de dúzias.
Indústria
A atividade de extração de
minerais metálicos é a que possui maior participação no setor secundário mineiro, com
aproximadamente um quarto de representação na indústria estadual e responde por
mais de quarenta por cento da produção mineral nacional. Dentre os principais minérios
extraídos destacam-se o ferro,manganês (explorados sobretudo na região conhecida como Quadrilátero Ferrífero), ouro, níquel, nióbio, zinco, quartzo, enxofre, fosfato e bauxita.
Três quartos da indústria mineira, por sua vez, correspondem a atividades de transformação dos quais
o mais participativo é o setor de metalurgia,
sendo que, no âmbito da indústria siderúrgica o
estado foi responsável por um terço da produção nacional. Em Minas estão
instaladas unidades produtivas de alguns dos maiores grupos ligados ao setor do
país, como a Gerdau, Usiminas e ArcelorMittal.
O estado possui, ainda, significativa participação no setor de fundição,
com atividades concentradas sobretudo no centro-oeste do estado e cuja metade
da produção é destinada ao setor de automobilísticos.
A seguir,
destaca-se o setor de produtos alimentícios, que corresponde
a 13% das atividades industriais de Minas. Em seguida, com participação
praticamente semelhante, está o setor automobilístico, responsável pela
produção de quase um quarto da produção nacional de veículos a parti da
presença de unidades produtivas de empresas como Iveco, Fiat e Mercedes Benz.
Destaca-se ainda, a produção de cimento,
sendo que o estado é o maior produtor nacional, fato que é favorecido pelas
grandes reservas de calcário em território mineiro. Outro setor importante é
a indústria química, especialmente o setor de plásticos,
cuja produção destina-se principalmente a atender outras cadeias produtivas.
Serviços
O setor terciário é o mais importante da
economia mineira, pois corresponde a mais da metade das atividades econômicas
do estado. Neste setor, o comércio varejista tem acompanhado o
crescimento do setor no país, que foi de 8,3% no período de 2009 a 2012.
Contudo, alguns segmentos apresentaram comportamentos distintos como a venda de
móveis e eletrodomésticos que evoluiu acima da média nacional, ao contrário do
segmento de super e hipermercados, que foi abaixo da média brasileira no mesmo
período.
Contudo, a
participação do comércio no setor terciário é superada somente pelo segmento de administração pública, responsável por
movimentar 13,7% de todo o PIB estadual. Em 2010, foram arrecadados no estado
aproximadamente 43,5 bilhões de reais em impostos,
o que corresponde a doze por cento do PIB mineiro. Destacam-se ainda, as
atividades ligadas ao setor imobiliário e de aluguéis (8,6% do valor agregado bruto mineiro), intermediação financeira (5,2%) e de
transportes (5,1%).
O comércio exterior de Minas Gerais tem
apresentado um crescimento continuo acima da média nacional, o que fez sua
participação em vendas externas nacionais aumentarem de 10,5% em 2002 para
13,4% em 2012 e consolidar-se como o segundo maior estado exportador do país.
Mais da metade do total exportado compõe-se de produtos da extração mineral
bruta ou processados pela indústria metalúrgica. Cerca de um quinto desse total
compõe-se de produtos da agropecuária, em especial o café. Destaca-se, ainda, o
crescimento na exportação de medicamentos, soja e ouro não monetário nas
exportações mineiras. Os principais destinos dos produtos exportados são a China, o Japão, Alemanha, Estados Unidos e Argentina.
De forma similar, a importação de
produtos no estado manteve-se crescendo com taxas similares às nacionais.
Destaca-se nesse contexto a compra de veículos automotores, produtos químicos e
farmacêuticos, produtos minerais e maquinaria industrial. O resultado da balança comercial mineira manteve-se
positivo ao longo nos últimos dez anos, o que significa que o estado exportou
mais do que importou. Em 2011, o superávit mineiro
chegou a 28,4 bilhões de reais, muito próximo ao superávit brasileiro de 29,8
bilhões, evidenciando, portanto, a relevância do estado no comércio
internacional brasileiro.
No ano de 2011,
10,635 milhões de pessoas se enquadravam na categoria de população economicamente ativa, dos quais
aproximadamente dez milhões se encontravam ocupadas. Destes, 3,8 milhões de
pessoas possuíam carteira assinada. A taxa de desemprego no estado apresentou
contínua queda desde 2009, passando de 7,2% para 3,9% no fim de 2012. Dentre as
principais ocupações da população economicamente ativa, destacam-se as
atividades de comércio (16,3%), agropecuária (16,2%) e da indústria de
transformação (11,8%), seguidas por serviços de saúde, educação e serviços
sociais, construção civil e serviços domésticos. Todos os setores de atividade
econômica apresentam maior quantidade de empregados na região central do
estado, com exceção das atividades agropecuárias, na qual o Sul de Minas possui
maior quantidade de trabalhadores formais.
Infraestrutura.
O estado de
Minas Gerais é dotado de uma notável infraestrutura que permite seu
desenvolvimento econômico. No estado encontra-se a maior rede rodoviária dentre
as unidades da federação, além de uma importante parcela das ferrovias do país.
Minas Gerais conta ainda com 92 aeroportos e cinco portos secosdistribuídos
em várias regiões do estado. Minas conta ainda com várias usinas hidroelétricas e possui inclusive
um quarto das pequenas centrais hidrelétricas do
país. O estado possui ainda mais de oitocentos quilômetros de gasodutos administrados
pela Companhia de Gás de Minas Gerais.
Serviços básicos
Dos
6 028 223 domicílios, 5 200 911 eram abastecidos pela rede
geral (86,28%) de abastecimento de água, 501 492 por meio de poços ou
nascentes fora da propriedade (8,32%), 237 349 por meio de poços ou
nascentes situados dentro da propriedade (3,94%), 46 354 através de rios, açudes, lagos ou igarapés (0,77%),
908 em poço ou nascente situado dentro ou fora da aldeia (0,01%) e 41 209
eram abastecidos de outras maneiras (0,68 5 985 392 domicílios
eram abastecidos pela rede de fornecimento de energia elétrica (99,29%) e
5 282 287 domicílios destinavam seu lixo à coleta
(87,63%), sendo 5 039 259 por meio de serviço de limpeza (83,59%) e
243 028 por meio de caçambas (4,03%). E, por último, na questão de
existência de banheiros e esgotamento sanitário, dos 5 862 312
domicílios que tinham banheiros de uso exclusivo do próprio domicílio (97,25%),
4 701 155 eram atendidos pela rede geral de esgoto ou pluvial ou
fossa séptica (77,99%) e 1 161 157 tinham o esgoto coletado de outra
maneira (19,26%). Havia ainda 90 183 domicílios com banheiro de uso comum
a mais de um domicílio (1,50%), sendo 37 541 por meio da rede geral de
esgoto ou pluvial ou fossa séptica (0,62%) e 52 642 possuíam outro
escoadouro (0,87%); outros 75 728 domicílios não tinham banheiros nem
sanitários (1,26%).
Existem várias
empresas responsáveis pelo saneamento básico, no entanto em 615 dos 853
municípios mineiros a empresa encarregada do fornecimento de água é a Companhia de Saneamento de Minas
Gerais (Copasa), que também se responsabiliza pela coleta de
esgoto em outros 220. Os demais municípios são abastecidos por outras
companhias, por empresas locais ou pelos chamados serviços autônomos de água e esgoto(SAAEs;
criados a partir do extinto Serviço Especial
de Saúde Pública) — um exemplo ocorre em Governador Valadares, na região do Vale do Rio Doce, onde o saneamento básico
é feito pelo SAAE de Governador Valadares.
Ainda há
serviços de internet discada e banda larga (ADSL) sendo oferecidos por
diversos provedores de acesso gratuitos ou
pagos, além de cobertura pela rede wireless (internet sem fio) nos
principais centros urbanos. O serviço de telefonia é oferecido por operadoras
como a Oi, Telecom Italia Mobile (TIM),Claro e Vivo, sendo que o código
de área (DDD) do estado varia desde 031 até 039.
Energia
Minas Gerais é
um dos estados com maior demanda de energia, sendo que em 2010 o consumo total
chegou a 35,8 milhões de toneladas equivalentes de petróleo, o que
correspondeu a 13,2% da demanda nacional, a maior parte destinada ao setor
industrial. Minas Gerais é um dos maiores produtores de energia hidroelétrica do país, com grandes
geradores dos quais destacam-se a Usina Hidrelétrica de Furnas, Itumbiara e São Simão. Contudo, embora o estado
exporte parte da energia elétrica gerada, boa parte da energia utilizada é
importada, sobretudo na forma de lenha, carvão mineral e derivados, utilizados
sobretudo nas indústrias siderúrgicas. Dentre os principais componentes da
matriz energética mineira em 2010 foram o petróleo e gás (33,7%), seguido por
lenha e derivados (21,4%), derivados de cana-de-açúcar (15,4%) e energia
hidroelétrica (14,6%).
No mesmo ano,
53,6% da energia utilizada no estado provinha de fontes renováveis, das quais a
maior participação era da lenha e seus derivados. O estado possui
potencial de produção de energia eólica que
chega a ter a mesma ordem de grandeza que a energia hidrelétrica produzida
atualmente. A Serra do Espinhaço é a região mais promissora para a implantação
desse tipo de empreendimento. Minas Gerais possui condições climáticas
favoráveis, sobretudo nos meses de inverno, que permitem o aproveitamento da energia solar,
utilizada principalmente para o aquecimento.
No que se refere à produção de energia elétrica a partir da radiação solar, os
locais mais promissores para a instalação encontram-se no norte e noroeste do
estado.
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig)
é a encarregada do fornecimento de energia elétrica em 774 municípios
mineiros, ou seja, 96% da área de concessão, sendo a responsável pela operação
de 65 usinas (situadas dentro e fora do estado). A companhia possui ainda ações
de várias outras empresas de energia espalhadas pelo Brasil, dentre elas a Light, do Rio de Janeiro, e suas ações são
negociadas em São Paulo e Nova Iorque. Os demais 79 municípios do
estado são atendidos por outras concessionárias, sendo a maior delas a Energisa,
que atende a 66 cidades da Zona da Mata.
Saúde
Estado, com
44 012 leitos. Do total de estabelecimentos, 7 222 eram públicos,
sendo 7 092 de caráter municipal, 84 de caráter estadual e 46 de caráter
federal. 5 238 estabelecimentos eram privados, sendo 4 472 com fins
lucrativos e 766 sem fins lucrativos. 257 unidades de saúde possuíam
especializações com internação e 8 973 unidades eram providas de
atendimento ambulatorial.
De acordo com
uma pesquisa realizada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios em
2008, 79,1% da população mineira avaliou sua saúde como boa ou muito boa, 69,6%
afirmaram ter realizado consulta médica nos últimos doze meses anteriores à
data da entrevista, 41,0% dos habitantes consultaram o dentista no mesmo
período e 7,6% da população estiveram internados em leito hospitalar. 35,1% dos
habitantes declararam ter alguma doença crônica e 29,3% dos residentes tinham
cobertura de plano de saúde. No mesmo ano, 63,1% dos domicílios particulares
permanentes estavam cadastrados no programa Unidade de Saúde Familiar.
De acordo com a
mesma pesquisa, na questão de saúde feminina, 42,0% das mulheres com mais de 40
anos fizeram exame clínico das mamas nos últimos doze meses, 56,7% das mulheres
entre 50 e 69 anos fizeram exame de mamografia nos últimos dois anos e 77,9%
das mulheres entre 25 e 59 anos fizeram exame preventivo para câncer do colo do
útero nos últimos três anos.
Educação
O fator
"educação" do IDH no estado atingiu em 2010 a marca
de 0,638 — a oitava maior do país, estando em conformidade aos padrões mínimos
do Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)— ao passo que ataxa de analfabetismo indicada pelo último censo demográfico do IBGE foi de
7,66%, a décima melhor porcentagem nacional, porém a segunda pior do Sudeste
brasileiro, à frente apenas do Espírito Santo. Tomando-se por base o
relatório do Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica (IDEB) de 2011, Minas Gerais obteve o maior índice
dentre os alunos do 5º ano do ensino fundamental entre os estados
brasileiros — 5,9 —, o terceiro maior valor do 9º ano — 4,6, perdendo apenas
para Santa Catarina e São Paulo —
e o quarto maior dentre os alunos do 3º ano do ensino médio —
3,9, perdendo para Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Na classificação
geral do Exame Nacional do Ensino Médio(ENEM) de
2013, cinco escolas do
estado figuraram entre as dez melhores do ranking nacional.
Com 11 831 estabelecimentos de ensino fundamental,
7 431 unidades pré-escolares e 2 979 escolas de nível médio, a rede de ensino do
estado é uma das mais extensas do Brasil. De acordo com dados da amostra
do censo demográfico de 2010, da população total, 5 681 163
habitantes frequentavam creches e/ou escolas. Desse total, 179 819
frequentavam creches, 492 875 estavam no ensino pré-escolar, 325 115
na classe de alfabetização, 74 319 na alfabetização de jovens e
adultos, 2 682 189 no ensino fundamental, 176 379 na educação de
jovens e adultos do ensino fundamental, 859 491 noensino médio,
177 395 na educação de jovens e adultos do ensino médio, 624 707 em
cursos superiores de graduação,
63 263 em especializações de nível superior,
17 514 no mestrado e 8 096 no doutorado.
12 080 382 pessoas não frequentavam unidades escolares, sendo que
1 835 785 nunca haviam frequentado e 10 244 597 haviam
frequentado alguma vez.
Entre as muitas
instituições de ensino superior, destaca-se a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),
classificada como a 478ª melhor universidade do mundo[156] e,
juntamente com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal do Triângulo
Mineiro (UFTM) e Universidade Federal de Lavras(UFLA), está
entre as melhores do Brasil segundo o Índice Geral de Cursos, do Ministério da Educação. Minas Gerais
é o estado com o maior número de instituições federais de ensino superior do
país, abrigando 20 instituições, sendo 8 Institutos
Federais, 1 Centro Federal e
11 Universidades Federais. Conta
ainda com duas instituições estaduais: a Universidade do Estado de Minas Gerais e
a Universidade Estadual de Montes
Claros. Além de cerca de 350 faculdades e universidades
particulares e filantrópicas presentes em mais de 240 municípios.
Ciência e tecnologia
Minas Gerais é
sede de importantes institutos de pesquisa, no entanto 40% dos grupos de
pesquisa mineiros estavam concentrados na UFMG, que abrigava ainda 46% do total
de projetos do conjunto de instituições do estado. A UFV mantinha 19% do total
de equipes. As universidades ainda não formam um grupo homogêneo e cerca de 87%
dos professores do ensino superior dedicam-se exclusivamente à entidade. A maior
parte dos estudos científicos oriundos das universidades estão voltados às engenharias, saúde, ciências
biológicas e ciências exatas, sendo que muitas vezes estão
voltados às necessidades econômicas e sociais regionais — na UFV e na UFTM,
situadas respectivamente na Zona da Mata e no Triângulo Mineiro, grande parte das pesquisas
está voltada às ciências agrárias, por exemplo.
São alguns dos
principais institutos subordinados às instituições de ensino e que visam o
aprimoramento científico e tecnológico o Centro de
Estudos Aeronáuticos da Universidade Federal de Minas Gerais (CEA),
com ênfase em pesquisas da área de engenharia aeronáutica; o Laboratório de
Alta Tensão da Universidade Federal de Itajubá (LAT-UNIFEI), um dos poucos laboratórios de alta tensão do
Brasil; o Laboratório Nacional de Astrofísica; a Fundação Christiano Ottoni (FCO), que
promove programas acadêmicos de ensino, pesquisa e extensão da UFMG; e o Centro de Pesquisa Manuel Teixeira da
Costa (CPMTC), órgão complementar do Instituto de
Geociências da UFMG que promove a realização de pesquisas
ligadas à geologia e
áreas afins das geociências.
Fora do campo
universitário, destacam-se o Instituto de
Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (IPEAD),
que realiza pesquisas aplicadas às ciências
econômicas e contábeis; a Fundação João Pinheiro (FJP), referência
nacional em diversos setores das ciências sociais; a Fundação Ezequiel Dias (FUNED), referência
na produção de medicamentos e soros, em estudos em saúde pública e nas ações de
vigilância sanitária, epidemiológica e ambiental; o Centro de Pesquisas René Rachou (CPqRR),
unidade regional da Fiocruz onde são realizadas pesquisas ligadas à saúde e à epidemiologia; oCentro Tecnológico de Minas Gerais (CETEC),
com vistas à aplicação tecnológica ao desenvolvimento social e econômico e,
por fim, a Empresa de
Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, que possui diversos centros
de pesquisas espalhados por todo o estado.
Comunicações
A Imprensa Oficial do Estado de Minas
Gerais é o órgão oficial responsável pelas comunicações em todo
o estado, atuando tanto na assessoria da imprensa, quanto no marketing e
na Internet. Existem
diversos jornais presentes em vários municípios mineiros, como por exemplo Diário do Aço (em Ipatinga e Vale do Aço), Hoje em Dia, Estado de Minas, Diário da Tarde, O Tempo (Belo Horizonte), de Uberaba, Jornal da Manhã (em Uberaba), O Mantiqueira (em Poços de Caldas),Tribuna de Minas (em Juiz de Fora), Folha do Sul (em Três Corações), Diário de Caratinga (em Caratinga), Jornal de Minas(em São João del-Rei) e O Norte (em Montes Claros). O Super Notícia,
com sede em Belo Horizonte, estava entre os dez de maior circulação no país em
2008, segundo dados do Instituto Verificador de Circulação,
ocupando a terceira colocação, com 282 213 mil exemplares/dia, após a Folha de S.
Paulo e O Globo.
O estado também
possui uma grande quantidade de emissoras de rádio, tanto AM quanto FM,
sendo algumas das principais a BH FM, Globo Minas, América, Itatiaia, 98 FM, Nativa FM, Favela, Jovem Pan FM e BandNews — a maioria sediada em Belo
Horizonte, mas com retransmissoras em outros municípios.[177] A
primeira rádio mineira foi a Rádio Sociedade de Juiz de Fora, que foi ao ar em
1° de janeiro de 1926, e em 1927 surge a Rádio Mineira,
a primeira da capital mineira. No entanto, a primeira emissora do estado a ter
reconhecimento nacional foi a Rádio Inconfidência, criada em 3 de setembro de
1936, notória por suas sessões de auditório e programação diversificada,
voltada à população. Também obteve destaque a Rádio Itatiaia, que foi criada em
1951 e é considerada a líder de audiência em sua frequência AM no estado desde
a década de 1970, com programação voltada ao jornalismo, esporte e prestação de
serviço.
No campo da
televisão, a primeira emissora do estado a ter projeção nacional foi a TV Itacolomi,
criada na capital mineira em 8 de novembro de 1955. Nesta época, poucos
habitantes possuíam aparelho televisor em Minas Gerais, devido ao preço, mas à
medida que a emissora aumentava seu raio de transmissão as vendas de
telerreceptores cresciam, o que proporcionou o estabelecimento de novas
emissoras no estado. Até seu fechamento, em 1980, a Itacolomi fazia parte
dos Diários Associados, conglomerado de empresas de
mídia do Brasil fundado por Assis Chateaubriand, que também foi o criador
da paulista TV Tupi, primeira emissora de televisão do
país. Assim como já vinha ocorrendo em São Paulo e no Rio de Janeiro com a
Tupi, a TV Itacolomi passa a ter como concorrentes em Minas Gerais, a partir da
década de 1960, a Rede Excelsior (extinta), a Rede Globo e
a Rede Record. Atualmente
há várias emissoras sediadas no estado, tais como a Record Minas, Paranaíba, TV Leste (afiliadas
à Record), TV Globo Minas, InterTV dos
Vales, EPTV Sul de Minas (afiliadas à Globo), TV Alterosa Belo Horizonte e TV Alterosa
Leste (afiliadas ao SBT).
Segurança pública e
criminalidade
As principais
unidades das forças armadas presentes em Minas
Gerais são o Exército Brasileiro, sendo que o estado é
integrante do Comando Militar do Leste (exceto o
Triângulo, que pertence ao Comando Militar do Planalto), com sedes em
Belo Horizonte e no Rio de Janeiro; a Marinha do
Brasil, segundo a qual Minas situa-se no 1º Distrito Naval, com
sede no Rio de Janeiro (exceto o sul mineiro, que está jurisdiciado ao 8º Distrito Naval da Marinha do
Brasil); e a Força Aérea Brasileira, segundo a qual o estado
faz parte do 3º Esquadrão de Transporte Aéreo. Assim
como os demais estados do Brasil, há dois tipos de corporações policiais que
possuem a finalidade de realizar a segurança pública em seu território. São
elas: a Polícia Militar de Minas Gerais(PMMG), que
tem função de defesa social, e a Polícia Civil do Estado de Minas
Gerais, que exerce a função de polícia judiciária e é subordinada ao
governo estadual.
De acordo com
dados do "Mapa da Violência 2011", publicado
pelo Instituto Sangari e
pelo Ministério da Justiça, a taxa de
homicídios por 100 mil habitantes em Minas Gerais é a terceira menor do Brasil.
No entanto, o número de homicídios saltou
de 8,6 para 19,5 por 100 mil habitantes no período entre 1998 e 2008, fazendo
com que o estado permanecesse na 23ª posição, apresentando um aumento de 126,6%
no número de assassinatos durante o período pesquisado. Em 2010, de acordo
com dados do IPEA, Minas alcançou a
taxa de 18,5 homicídios por 100 mil habitantes, um aumento de 61,4% em relação
ao número registrado em 2000, que foi de 11,5 homicídios a cada 100 mil
habitantes, sendo que o suportável pela Organização Mundial da Saúde é de 10
homicídios por 100 mil habitantes. Apesar da pequena queda do número de
homicídios entre 2008 e 2010, entre janeiro e setembro de 2013 houve um
crescimento de 21% da ocorrência de crimes violentos, como sequestro e estupro,
em relação ao mesmo período de 2012.
De acordo com
dados do "Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros 2014", também
publicado pelo Instituto Sangari, os dez municípios mineiros com as maiores
taxas de homicídios por grupo de 100 mil habitantes são São Joaquim de Bicas (71,3), Mateus Leme (63,3), Teixeiras (61,5), Governador Valadares(59,0), Esmeraldas (57,8), Juatuba (56,3), Betim (55,5), Sarzedo (55,3), Itaobim (52,5)
e Buritizeiro (51,7).
São Joaquim de Bicas apareceu na lista das 100 cidades mais violentas do
Brasil, ocupando a 80ª posição. Para reduzir as taxas, diversas medidas
vêm sendo tomadas pelo poder público, como a ampliação do efetivo de policiais
civis, militares e bombeiros e a implantação de unidades do Instituto Médico Legal (IML) e batalhões
da PM. O estado também foi o pioneiro na criação de um presídio em parceria com a inciativa privada.
Transportes
No estado,
existem seis aeroportos administrados pelo Infraero.
São eles: o Aeroporto
Internacional de Belo Horizonte-Confins (em Confins),
o Aeroporto da
Pampulha - Carlos Drummond de Andrade (em Belo Horizonte),
o Aeroporto de Belo Horizonte-Carlos
Prates (em Belo Horizonte), o Aeroporto de Montes Claros (em Montes Claros),
o Aeroporto de Uberlândia(em Uberlândia)
e o Aeroporto de Uberaba (em Uberaba). Há
também outros aeroportos menores, como os de Alfenas,Araxá, Caxambu, Diamantina, Divinópolis, Espinosa, Frutal, Governador Valadares, Ipatinga, Ituiutaba, Juiz de Fora,Leopoldina, Monte Verde, Patos de Minas, Poços de Caldas, Pouso Alegre, São João del-Rei, Unaí, Varginha, entre outros.
Também há
transporte hidroviário, sendo que a principal hidrovia contida
no estado é a Hidrovia do São Francisco, cujo curso
d'água é navegável desde o município de Pirapora até Juazeiro,
na Bahia.
O transporte
ferroviário, por sua vez, faz-se presente desde o século XIX, quando da
construção da Estrada de Ferro Central do Brasil,
na década de 1860. Em 1874 foi inaugurada a Estrada de Ferro Leopoldina, em 1880 foi
fundada aEstrada de Ferro Oeste de Minas e nas
décadas seguintes foram abertas várias outras ferrovias em território mineiro. Após
a década de 1940, as ferrovias passaram a ser substituídas pelas rodovias,
devido à demanda do crescimento da frota automobilística, levando ao fechamento
de estradas de ferro e ramais. No entanto, ainda há caminhos de
ferro ativos cortando Minas Gerais sendo utilizados para o transporte de carga,
como a antiga Estrada de Ferro Leopoldina e a Ferrovia do Aço, administradas pelas
concessionárias MRS Logística e Ferrovia Centro Atlântica. A Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM)
é a responsável por escoar a produção da Vale e
de outras empresas do estado em direção ao Porto de Tubarão, em Vitória, no Espírito Santo, e também opera o único
trem de passageiros diário do Brasil que percorre longas distâncias, entre
Vitória e Belo Horizonte, interligando outras cidades que contêm com estações.
Com
36 103 km de extensão, segundo dados de dezembro de 2013, o sistema
rodoviário do estado de Minas Gerais é um dos mais complexos dentre as unidades
federativas do Brasil. Da extensão total, 29 319 km são de trechos
pavimentados e 6 784 km não possuem pavimentação, ao mesmo tempo que
27 119 km são de rodovias estaduais e 8 984 km são vias
federais (de administração do DNIT). A
grande extensão da malha viária associada ao relevo predominantemente montanhoso
— que faz com que haja uma grande quantidade de curvas sinuosas nas estradas —
e às condições climáticas típicas do estado faz com que Minas tenha uma
considerável taxa de acidentes em relação ao restante do Brasil; situações
agravadas pelo fato do estado possuir apenas 31,6% das estradas em condições
classificadas como "boa" ou "ótima", segundo informações do CNT de 2010. A
frota estadual em 2012 era de 8 295 192 veículos, sendo
4 602 143 automóveis, 285 123 caminhões,
52 301 caminhões-trator, 613 155 caminhonetes,
215 545 caminhonetas, 36 174 micro-ônibus,
1 992 166 motocicletas, 205 390 motonetas,
63 685 ônibus, 31 292 utilitários, 1 843 tratores de
rodas e outros 196 375 classificados como outros tipos de veículos.
Cultura
A Secretaria Estadual de Cultura (SEC),
que foi criada em 1983, durante o governo de Tancredo Neves,
e estruturada em 1996, é o órgão vinculado ao Governo do Estado de Minas Gerais responsável
por atuar no setor de cultura do estado, desde seu planejamento financeiro até
a execução de projetos e manutenção debibliotecas, museus e do Arquivo Público Mineiro. A SEC atua em
parceria com diversas outras instituições e entidades culturais, diretamente
subordinadas ou não ao órgão público, como a Fundação Clóvis Salgado (FCS), a Fundação TV
Minas Cultural e Educativa, a Fundação de Arte
de Ouro Preto (FAOP), o Instituto
Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA-MG)
e a Rádio Inconfidência.
Artes cênicas
Minas Gerais
conta com vários espaços, projetos e eventos dedicados ao fomento das áreas
teatral e de dança. O estado é berço de uma considerável gama de grupos
teatrais de sucesso nacional ou mesmo internacional, tais como o Grupo Galpão, o Giramundo Teatro
de Bonecos, o Grupo Corpo] e Ponto de Partida. Muitos deles têm suas origens
e manutenção ligadas à formação artística profissional e a mecanismos
municipais e estaduais de incentivo cultural; oGrupo Divulgação, de Juiz de Fora,
por exemplo, nasceu na Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). A
Companhia de Dança Palácio das Artes, fundada em Belo Horizonte em 1971, é um
dos grupos profissionais mantidos pela Fundação Clóvis Salgado e ocasionalmente
está presente em palcos nacionais e internacionais.
Em Minas Gerais
situam-se alguns dos maiores espaços teatrais do Brasil, tais como o Teatro Municipal de Ouro Preto, que também
é o teatro mais antigo das Américas,
inaugurado no século XVIII; o Cine-Theatro Central, em Juiz de Fora, cuja
importância arquitetônica e histórica culminou no tombamento pelo IPHAN;
o Palácio das Artes de Belo Horizonte, que é
considerado como o maior centro de produção, formação e difusão cultural do
estado e um dos maiores da América Latina,
sendo mantido pela Fundação Clóvis Salgado, que oferece à população uma série
de programações artísticas e de atividades educativas; o Centro Cultural Usiminas, em Ipatinga,
considerado como um dos mais modernos do país e mantido pelo Instituto Cultural Usiminas; e
o Centro Cultural Banco do Brasil, em Belo
Horizonte, mantido pelo Banco do Brasil.
São vários os
eventos artísticos do estado em que os grupos e artistas demonstram suas
atividades, sendo realizados tanto nos espaços culturais quanto ao ar livre. Na
capital mineira, são alguns exemplos o Festival Internacional de Teatro,
Palco e Rua (FIT-BH), o Festival Internacional de Teatro de
Bonecos, o Festival Internacional de Dança (FID),
o Festival Internacional de Corais (FIC),
o Festival
Internacional de Curtas, o Festival Mundial de Circo do Brasil e
o Festival Internacional de Quadrinhos. No
interior do estado, destaca-se a realização da Campanha de Popularização do Teatro e
da Dança, com espetáculos teatrais em Juiz de Fora e no Vale do Aço; e o Festival de
Inverno da Universidade Federal de Minas Gerais, com oficinas de
iniciação e atualização, espetáculos, peças de teatro e exposições em vários
municípios do estado, como Diamantina eCataguases.
Música, cinema e
literatura
A música se faz
presente em Minas Gerais desde o período colonial. Os primeiros instrumentos
musicais a adentrarem o estado foram trazidos pela Companhia de Jesus na segunda metade do
século XVI, com objetivo de converterem os indígenas aos costumes europeus,
difundindo a música barroca. Por décadas, os jesuítas foram
responsáveis tanto pelo ensinamento da gramática e do latim quanto pela
alfabetização musical nas escolas. No século XVIII, destacou-se a obra
barroca de Lobo de Mesquita. A partir do século XIX,
as bandas de música se desenvolvem a ponto de serem hoje um dos marcos de
identidade cultural do estado. Na primeira metade do século XX,
destacam-se o samba,
a bossa nova,
ochorinho e
as marchinhas com
os compositores Ary Barroso, de Ubá, e Ataulfo Alves,
de Miraí. Na
década de 1970, surge em Belo Horizonte o movimento Clube da Esquina,
cujas maiores influências eram a bossa nova e os Beatles. Na
década de 80, destacaram-se mundialmente Sepultura e Sarcófago e na década de 90, surgem Skank, Jota Quest,Pato Fu e Tianastácia.
Às primeiras décadas do século XXI, surgem artistas musicais como César Menotti & Fabiano ePaula Fernandes.
No cinema
mineiro, os nomes de Humberto Mauro e João Carriço se
destacam por serem os pioneiros do cinema nacional. Humberto Mauro iniciou suas
primeiras filmagens em 1925 em Cataguases,
mudando-se para o Rio de Janeiro. Seu contemporâneo João Carriço,
com o lema "Cinema para o povo", lançou a Carriço Filmes, em Juiz de
Fora, produzindo cinejornais e documentários no início do século XX. No
período do Cinema Novo e do Cinema Marginal,
desponta o nome de Carlos Alberto Prates Correia, um dos
principais realizadores da história do estado, autor de filmes evocadores da
paisagem, da cultura e do povo mineiro, como os inventivos Perdida, Cabaret Mineiro e Noites do Sertão.] Finalmente,
no cinema contemporâneo, ressaltam-se Cao Guimarães produtor de curtas
premiados no mundo inteiro; Helvécio Ratton, diretor de entre outros filmes Menino Maluquinho e Pequenas Histórias; e Selton Mello,
que atuou em filmes como Guerra de Canudos, O Que É Isso, Companheiro?, O Palhaço, O Cheiro do Ralo e Meu Nome Não é Johnny.
A literatura mineira,
por sua vez, teve bastante contribuição para a primeira geração literária
brasileira, ainda no século XVIII. As obras oriundas do estado tinham ideais bucólicos,
visando a representar paisagens locais, sendo os principais autores da época Tomás Antônio Gonzaga, Alvarenga
Peixoto e Cláudio Manoel da Costa. Com o Romantismo e
o Simbolismo,
no século XIX, ganham destaque as obras de Bernardo Guimarães e Alphonsus de Guimaraens. No século XX,
Minas conquista grande espaço no cenário literário brasileiro, revelando nomes
como Carlos Drummond de Andrade, Emílio Moura e João Guimarães Rosa, que contribuíram para o
auge do Modernismo no Brasil. Entre a segunda metade do
século XX e a contemporaneidade, ressaltam-se Abgar Renault, Cyro dos Anjos,Murilo Rubião, Affonso Romano de Sant'Anna, Murilo Mendes, Otto Lara
Resende, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino, Henriqueta
Lisboa, Oswaldo França Júnior, Roberto Drummond, Bartolomeu Campos de Queirós e Ziraldo.
Folclore, artesanato e
culinária
A religiosidade
tem influência marcante nas principais manifestações culturais do povo mineiro,
principalmente nas festas folclóricas. Dentre as tradições presentes no estado,
destacam-se o Congado, que reúne danças herdadas dos costumesafricanos,
difundidos pelos escravos, com as tradições católicas dos colonizadores; as
comemorações da Folia de Reis, que celebram desde o nascimento
de Jesus até
a visita dos Três Reis Magos através de procissões e
visitas a casas; as "Pastorinhas", que são meninos e meninas que
visitam os presépios nas casas, assim como se fazia em Belém na época do nascimento de Jesus; o bumba meu boi,
que simboliza a morte e renascimento do boi; a Festa do Divino, em homenagem ao Divino Espírito
Santo; as Cavalhadas, representando os combates e guerras travadas entre mouros ecristãos;
a Dança de São Gonçalo; e as quadrilhas, nas festas juninas.
Boa parte da
produção artesanal mineira tem ligação às tradições culturais do estado, como
na representação de imagens de santos ou personagens históricos. O
artesanato está presente em diversas regiões de Minas Gerais, com produção
baseada em pedra-sabão, cerâmica, madeira e
fibras vegetais, argila, prata e estanho.
Em Tiradentes destacam-se os objetos em
prata; na região do Vale do Jequitinhonha são feitas
peças em madeira e principalmente cerâmica; em Ouro Preto, Congonhas, Mariana e Serro há considerável
presença dos trabalhos em pedra-sabão; em Ouro Preto e Viçosa são produzidos utensílios com cobre
e outros metais; e em todo o estado são encontrados bordados,
trançados em talas, bambu e fibras têxteis, crochês e tricôs,
além da madeira.
Na cozinha
mineira, por sua vez, a carne de porco é
muito presente, sendo famosos o tutu com lombo de porco, a costelinha de porco e o
leitão à pururuca.
Também são apreciados a vaca atolada,
o feijão tropeiro com torresmo,
acanjiquinha com
carne (de boi ou porco), linguiça e couve, o frango ao molho pardo com angu de fubá,
o frango comquiabo ensopado
e arroz com pequi.
São famosos os doces mineiros, especialmente o doce de leite,
a goiabada e
apaçoca.
O pão de queijo, os queijos (e
seu modo artesanal de preparo)
e o café também
estão entre as principais referências da cozinha mineira. Muitos pratos têm
origens indígenas, cuja culinária era predominantemente à base de mandioca e
milho e teve incremento dos costumes europeus, com a introdução dos ovos, do
vinho, dos quentes e dos doces.
Arquitetura
Durante o
período colonial, a riqueza oriunda do ouro e dos diamantes propiciou o
surgimento de cidades que tinham como característica o dinamismo cultural.
Nesse contexto, desenvolveram-se as cidades e a arquitetura colonial, cujas obras
permanecem como sendo alguns dos conjuntos mais notáveis deste período da história
brasileira. As casas das cidades mineiras eram construídas com aspectos
uniformes entre si e, usualmente, ocupavam todo o terreno. As ruas estreitas se
adaptavam à topografia acidentada do território mineiro. Dada a influência da
Igreja Católica, muitas igrejas foram erguidas nas cidades e vilas da época,
com características arquitetônicas notáveis típicas do período barroco.
Merecem destaque, especialmente, as obras de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho,
notável por seu estilo peculiar refletido nas esculturas, obras arquitetônicas
e entalhes do final do período colonial. Os principais remanescentes desta fase
da arquitetura mineira são o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos (em Congonhas,
com obras de Aleijadinho), o centro histórico de Ouro Pretoe de de Diamantina (todos declarados patrimônios da humanidade pela UNESCO),
além da Igreja de São
Francisco de Assis em São João del-Rei. Já no fim do período
colonial, houve a transição para o período neoclássico. Contudo, tal estilo
não foi tão marcante em território mineiro, deixando traços em algumas
construções como na Casa da Câmara e Cadeia de Ouro Preto e na
fachada da Igreja de Nossa
Senhora do Pilar em Nova Lima.
.
Posteriormente,
a partir das últimas décadas do século XIX, o ecletismo europeu
passa a influenciar as obras arquitetônicas do estado, que passava por um surto
de desenvolvimento graças à atividade cafeeira e à pecuária. Em um primeiro
momento, tal estilo ainda sofre influência do neoclassicismo, apresentando
contornos suaves. Somente a partir do século XX, o ecletismo passa a apresentar
uma estética rebuscada, além de permitir uma vasta gama de combinações
estilísticas influenciada sobretudo pela arte europeia, que se estendem até a
década de 1940. No período entreguerras chega ao estado a
tendência mundial do art déco,
que valorizava em sua estética a abstração, a linha, a forma, o volume e a cor
e que se beneficiou pelas inovações construtivas, como a utilização do concreto
armado. Contudo, uma grande revolução viria com os projetos de Oscar Niemeyer que,
ao conceber o Conjunto Arquitetônico da Pampulha,
buscou a criação de formas simples e úteis, com suas características curvas. Na
década de 50, o arquiteto concebeu outras obras notáveis, como o Edifício Niemeyer. Ao mesmo tempo chegam a
Minas novos conceitos do nascente Estilo Internacional, além
do surgimento da arquitetura modernista no Brasil. Desde
então, as construções passaram a integrar como princípios a funcionalidade e
integração com seus arredores. Um dos mais recentes e notáveis projetos
arquitetônicos no estado é a Cidade Administrativa de Minas Gerais,
projetada por Oscar Niemeyer e concluída em 2010.
Turismo
Um dos mais importantes circuitos turísticos de Minas Gerais é a Estrada Real, que passa pelos antigos caminhos
utilizados para transportar o ouro das minas, que liga a região central do
estado às cidades do Rio de Janeiro e Parati.
Os diferentes roteiros deste circuito apresentam atrativos históricos,
culturais e naturais para seus visitantes. Outro aspecto notável do
turismo mineiro inclui a visitação às cidades históricas, as quais conservam as
construções do museu colonial além de incluírem museus e espaços culturais que
revelam o passado dessas localidades. Destas cidades, destaca-se Ouro Preto,
onde encontra-se o Museu da Inconfidência.
O relevo do
estado, com abundância de picos e serras (especialmente os grandes picos), além
da grande quantidade de grutas e cavernas,
rios e lagos naturais e artificiais e a riqueza da fauna e flora estadual
atraem praticantes do ecoturismo e também do turismo de aventura. Outro segmento relevante é
o turismo rural, já que Minas é um dos estados
que mais possuem empreendimentos voltados para esta finalidade. Na região
central do estado, além das cidades históricas e da capital, encontram-se parques
nacionais como o Serra do Cipó, além do Museu de Inhotim, que
possui um dos maiores acervos de arte contemporânea do país. No sul do
estado encontra-se o Circuito das águas,
conhecido por suas estâncias minerais.
Destaca-se ainda
o turismo de negócios que está em franca
expansão, uma vez que nos últimos anos grandes eventos de projeção
internacional foram realizados no estado. Em especial, destaca-se nesse
segmento a cidade de Belo Horizonte, que atrai cada vez mais feiras, congressos
e reuniões, o que pode ser atribuído à infraestrutura e à importante rede
hoteleira da cidade. Outras cidades do interior (como Juiz de Fora, Uberaba e
Uberlândia) também oferecem opções para a realização de eventos de negócios de
grande porte.
Esportes
O futebol é
um dos esportes mais populares no estado de Minas Gerais, tendo como principais
equipes Atlético, Cruzeiro,América, Villa Nova, Ipatinga, Boa Esporte e Caldense. A Federação Mineira de Futebol é a
entidade responsável por organizar a competição mais tradicional do estado, o Campeonato Mineiro, cuja primeira edição
foi realizada em 1915. Outra competição tradicional é a Taça Minas Gerais que, por falta de
interesse das agremiações mineiras, não foi realizada no ano de 2013. Dentre
os maiores estádios de futebol do estado destacam-se
o Independência na capital, Parque do Sabiá em Uberlândia, Melão em Varginha, Arena do Jacaré em Sete Lagoas e
o Ipatingão, além do Estádio Governador Magalhães Pinto,
o Mineirão, que foi uma das arenas da Copa do Mundo FIFA de 2014.
A Federação
Mineira de Voleibol é a responsável pela organização das
competições de vôlei no estado que possui o maior número de atletas
registrados como praticantes desse esporte. Existe ainda a Federação Mineira de Basketball, que
organiza as competições do esporte, além de buscar difundi-lo pelo estado. Anualmente
são realizados os Jogos Escolares de Minas Gerais, na qual
competem escolas em vários níveis, desde etapas municipais até as finais
estaduais.
Feriados
Em Minas Gerais,
há apenas um feriado estadual: o dia 21 de abril,
que é considerado como a Data Magna do Estado. Comemora-se juntamente ao
feriado nacional em homenagem a Tiradentes,
por ocasião do aniversário de sua execução em 21 de abril de 1792.
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