Começo de ano eu chego a minha
cidade, as seis e vinte e cinco quando desço do ônibus já na nova rodovia que
foi construída, a cidade mudou, mas não muito, talvez por ser pequena, isso não
importa, o importante é estar aqui de novo.
Estou admirado, pois vejo muita das pessoas que deixei,
outras quem sabe não mais existem, nas lojinhas da praça parece ter os mesmo
proprietários um tanto mais velhos ou será que são os filhos deles a tomar
conta por aqui.
Isso eu vou ver depois, no fim de semana quem sabe.
Um alívio, eu subirei um pouco, mas logo estarei na casa de
meus pais e isso será muito gostoso, quero sentar perto de minha querida mãe abraça-la
e beija-la, sei que há tempo para isso, vou abraçar meu pai com força, dizer
que o amo, ainda tem tempo.
Agora basta, sofri calado, mas vou realizar meu sonho, perto
dos meus, a vida é curta para deixar perdida, não pesa muito às malas que
carrego sim o peso da solidão, tão pesado como carga de pregos farpados.
Poderia não ter padecido na vida que levei até o momento, já
não mais envolve, quem esquece o pedaço do passado que viveu; ninguém, também
já não importa outra vez, agora me alegro, estou de volta.
Todas as pontes se encheram e eu não pude atravessar também
não mais me importo, nem lamento por isso, lentamente foram se esvaziando e
agora cheguei.
Como é bom estar aqui, vou redescobrir todos os amigos que
ficaram, pode não mais existir alguns isto sim importa, não disse adeus, mas é
bom o regresso traz um gosto de satisfação e a chegada parece ser por muitos
esperada, me sinto muito bem.
Subindo estou a lembrar do quanto fui bem vivendo aqui deixei
passar, ficou, mas voltei: à praça que bela, as rosas estão com botões, tenho
alegria.
Posso me sentar, um minutinho de descanso depois eu continuo.
Bom dia.
Bom dia, eu estou te conhecendo.
Sou Carlos.
A sim o Piau, como vai.
Bem e o senhor.
Muito bem, cansado e velho, mas bem, voce esteve sumido por
anos, por onde andou.
Trabalhando em
troca de nada, vivendo apenas.
É menino a vida é assim mesmo, uns se dão bem outros não, mas
a vida tem que continuar para os vivos.
Com certeza, o
senhor ainda tem o mercado.
Não me aposentei e minha Nilsa faleceu, passei o mercado para
os filhos, são eles que tomam conta, mas diga como vão seus pais a tempos que
não os vejo.
Ainda não sei
estou chegando de viagem parei para descansar um pouquinho e admirar o que
deixei, mas logo estarei em casa.
Então ao encontrá-los de lembranças minhas.
Assim farei.
Até logo.
Até logo.
Muito bom já
estar conversando com alguém que há muito não via e melhor ainda é saber que
pouco falta para eu chegar.
Vou sim ser muito mais amigo de meus conhecidos, solidão dá
saudade e lembrança traz tristeza e aflição faz sofrer, um conhecido pode fortalecer
formar uma amizade.
Agora falta pouquíssimo para a morada, quero alcançar a
porteira e adentrar, vou me segurar no esteio, junto com os meus sei que Deus é
o sentinela.
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