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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Minha fina flor menina. 04/10/12

Minha fina flor menina.
       Desde que sai do meu recinto, do meu retiro a não ser uma única vez em que trabalhava para o senhor Sebastião no bar da parada de ônibus eu nunca mais fui visitar meus familiares.
E com isso já se passaram mais de trinta e cinco anos.
Durante estes anos que se atravessaram, estou trabalhando para juntar algum e quando eu voltar já a esqueci e volto para ser fincado no solo do meu jardim.
Tenho paciência, luto muito para isso, mas o que me está sempre bloqueando é o motivo de eu ainda estar amando Susy, minha fina flor menina.



            Muitas noites eu estou deitado em meu leito chega rápido o pensamento de estar com ela, sinto o cheirinho de fina flor fragrância de mulher que ela sempre teve o perfume da natureza, o extrair aromáticos de ervas campineiras que sempre o acompanhava.
Vendo um casal de namorados, avistava, eu e ela naquele banco de praça também apaixonados e isto me machuca um pouco, mas faço-me de forte para não cair no solo.
Por anos venho carregando esta aflição de amar, uma cruz de afeto onde nem sei se conseguirei chegar ao meu final.   
            Recordo com tanta tristeza do amor que não mais vi
saí de lá chorando cheio de sentimento por um desprezo que recebi.
Ainda penso porque ela não foi ao encontro no dia marcado, fiz a parte que me cabia que era declarar o amor que sentia.
Aqui muito distante da minha família e de meu solo eu relembro as frases que ela me disse, sábado te encontrarei e já sei a resposta que vou lhe dar.
Talvez o amor seja isso na vida da gente, deixa cicatrizes e dores sufocantes, nem por isso um homem deve chorar, eu pensava assim, mas em meu canto as lagrimas caem sem que eu perceba.
Dou-me duro, mas só voltarei um dia à minha terra, depois de haver convencido que o que sinto não passa de miragem, sei que o tempo desfaz tudo, por isso levarei meu riso em vez de pranto.
             Tem um senhor aqui na fabrica de doces aonde eu trabalho que sempre diz para esquecer um amor, um outro se deve conhecer, ele pode ter razão, mas creio que o amor que ele fala não é assim um amor profundo como o que sinto por Susy.
Meu amor não vem de uma primavera que acaba com o verão, desde o dia em que percebi que o amava faz anos, no dia que a vi na porta do mercado eu devia ter uns sete anos.
E é tempo corrido.
            Hoje sento na escada da porta da cozinha e me pergunto o que vim fazer aqui tão longe, neste lugar que não têm nada haver comigo, local onde não tenho nenhum amigo, nem mesmo um parente próximo.
O isolamento dói e a saudade dos meus preferidos atravessa o coração arrancando um gemer, não será então a hora de voltar, anos são passados nem mesmo dinheiro eu consegui juntar.
            Com estes pensamentos eu travo uma luta do volto ou não, pois para voltar perco o tempo de afazeres e combate, por outro lado que tempo é este, uma migalha perante do que deixei.
Como um dia triste que não tem calor, estou me sentindo infeliz sem o amor de juventude, como pode ser isso já há anos ficaram e penso novamente em Susy minha fina flor menina, breve voltarei

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