Eu deveria ter uns sete anos mais ou
menos quando comecei construir meu circulo de amizade.
Primeiro conheci um menino da mesma
idade que a minha, ia eu chutando uma fruta de lobo pelo corredor boiadeiro, um
chute aqui ela atravessava batendo no barranco, outro chute ela se distanciava
e assim seguia sempre em frente.
Às vezes correndo, às vezes parado para
chutar a gol.
Depois que já tinha percorrido uns nove
mil passos, de frente vinha um menino empurrando uma bicicleta.
Sem
mais sem menos ele conversou comigo.
Oba, voce vai aonde.
Estou indo à casa da minha avó.
E essa bola ai, apanhou aqui perto?
Xiii é de um pé que tem bem lá na porta
da minha casa.
E voce mora aonde?
No final do corredor, e voce?
Estamos morando aqui no Caricio.
A sei; como voce se chama?
Lourival e voce.
Carlos, mas pode me chamar de Piau.
Piau!
Ué o que tem de mais, é só um apelido.
Voce não acha ruim?
Eu não, o que tem de mais.
Sei lá, se fosse eu, não ia gostar.
Nem to aí.
Como
caminhava para o sentido sul e ele norte não pudemos trocar mais conversa, mas
foi o suficiente para começar-mos uma amizade de meninice.
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