Infelizmente,
é essa realidade nos dias de hoje.
O uso do nome de Deus se tornou algo
fácil e popular, afinal de contas, bater palmas para Jesus gritando que ele é a
solução para os problemas é muito cômodo.
Muitos saem dizendo por aí que ele é a
solução até para a morte, como se fosse uma fórmula mágica, mas ao mesmo tempo
eu faço uma pergunta:
Como Ele pode entrar com solução em
nossas vidas, se nós que somos o fermento, ficamos na maioria das vezes fora da
massa?
A nossa relação com Deus deve ser
conjunta, ele espera pela nossa participação e decisão de agir em nome dele,
porém, fazendo o que ele fez e o que ele faria se estivesse aqui entre nós,
caso contrário, estamos ignorando a importância do engajamento em ações que
ajudam a transformar as estruturas do pecado e da morte.
Infelizmente,
hoje em dia em reuniões de muitas igrejas, se pronuncia o nome de Deus em
demasia, principalmente quando se fala em demônios e guerras espirituais.
De tanto verem demônios e espíritos
malignos em pessoas debilitadas física e emocionalmente, aflitas,
desequilibradas, necessitadas e sem esperanças, acabam perdendo a sensibilidade
de discernir o que é material do que é espiritual, e a capacidade de ver a
realidade diabólica em que vivemos cheia de injustiça, maldade, vingança,
ganância, egoísmo e desrespeito à vida.
A religião quando só fica nas palavras
e não contribui para a promoção de mudanças na vida da comunidade, está apenas
usando o nome de Deus em vão.
Jesus
enfrentou todos os mestres da sinagoga que exigiam do povo uma religião
legalista e não se preocupavam com as angústias dos sofredores. “Que é mais
fácil dizer: os teus pecados são perdoados, ou: levanta-te e anda?”
Palavras religiosas apenas não bastam,
é preciso agir sim, em nome de Deus ajudando os caídos e prostrados a se
levantarem e retornarem ao caminho.
Deus atua inspirando a ação das pessoas
que nele crêem e o invocam através do seu nome.
Jesus
alerta aos que quer segui-lo, que é necessário passar pela porta estreita,
porém não passará por ela os que simplesmente proclamaram discursos religiosos
impressionando os fiéis com curas, milagres e exorcismos.
O principal é segundo a afirmação de
Jesus: “Eu estava com fome e sede, nu, doente, preso... e tu me socorreste”.
Usar
o nome de Deus em vão não passa de discurso ou sentimentalismo religioso, sem
conseqüência prática na vida.
Isso era exatamente o que Jesus
censurava nas autoridades instituídas do seu povo (fariseus e saduceus):
“Falam e não praticam”.
O apóstolo Tiago também fala a respeito
da hipocrisia, escrevendo sua carta às comunidades.
Deus
tem nos alertado para que sejamos cada vez menos religiosos e mais humanos.
A fé não deve produzir primeiramente,
imagens, discursos, instituições, hierarquias...
Mas uma conduta voltada para o amor, à
solidariedade e a justiça, pois: “O Reino de Deus não consiste em palavras, mas
em poder, poder de ação e transformação em prol da vida”.
O apóstolo Paulo também explica aos
romanos, que o culto espiritual que é agradável a Deus, é o culto que não
“espiritualiza” a fé, mas que a encarne na realidade.
O apóstolo João diz o mesmo: “Se alguém
disser: “Amo a Deus”, mas odeia o seu irmão, é mentiroso; pois quem não o ama o
irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê”.
Que
a nossa invocação do nome de Deus não seja em vão, mas esteja na boca dos
pobres e necessitados que nos dirigissem para estendermos a mão e ajudá-los:
“Bendito o que vem em nome do Senhor!”.
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