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terça-feira, 15 de maio de 2012

Minha Fé Minha Santa. 15/05/12


Minha Fé Minha Santa.
Hoje eu dei uma de João migué no batente devia ser umas dez para as três, ou seja, dez para quinze horas; sentei-me em baixo de uma árvore para tomar um cafezinho e comer uns bolinhos fritos de milho verde.
         Como já disse varias vezes eu trabalho como empreiteiro de obras e é por isso que fico trabalhando aqui e ali, hora uma casa, hora outra e nem sempre é dentro da cidade, às vezes dentro de um ano trabalho na urbe dois ou três meses no máximo o restante é na zona rural.


         Sempre pego muita reforma de casas nas fazendas, casas que servem para colonos ou mesmo os casarões.
Como citei sou nascido na roça e é por isso que prefiro trabalhar na rural, seja reformando uma tapera ou construindo um paiol, aprendi a profissão de pedreiro e daí então comecei por pegar empreitas, com isso tenho que contratar pessoas para juntos içar a tarefa pega por mim.
         Então cada construção que temos que começar sempre há gente nova trabalhando com a gente.
Ali estava eu então sentado tomando meu café da serra, da serra porque foi vindo de uma lavoura do alto.
De onde eu estava ouvia muito bem um programa evangélico na TV, foi ai então que me lembrei de uma passagem que tivemos nas terras do senhor Jesus Cardoso.
         Contratei um senhor por nome de Raul e este senhor é nosso conhecido desde muito tempo, ele e meu pai há anos atrás cantavam música sertaneja.
Com o tempo meu pai e o Raul deixaram de cantar e Raul sumiu por anos.
Passaram se muitos anos e agora há pouco tempo eu contratei o senhor Raul para nos ajudar com nossas empreitadas.
         No primeiro dia que senhor Raul começou no batente, notei que ele já não era como antes, estava muito sério e falava muito em Jesus, sem mais sem menos ele dizia Ó senhor Jesus, assim era o dia todo.
         Um dia um dos rapazes, pediu para o senhor Raul maneirar com tanta imploração a Jesus.
Ainda disse que Deus e seu filho já estão com o saco cheio de tanta gente implorando e não mudando em nada, sempre pedindo casa, carro, boa vida e nem sequer olha para os lados.
         Senhor Raul ficou bravo com Jair “era o nome do rapaz” dizendo que ele já tinha perdido a vida, aquele dia quase pegaram a pau, mas sempre tem um que acalma, e não deixaram irem em frente com a discussão.
         Por muito tempo eles ficaram sem trocar dedinho midinho, mas passou e hoje eu os vejo o tanto que eles estão se dando bem um com o outro.      
         Bem eu ouvindo o pastor urrar como um leão; lembrei-me da passagem que tivemos com o senhor Raul, isto foi em uma quinta feira santa, os católicos do interior respeitam muito após o meio dia e nem mais casa varre, assim, são principalmente os que residem na roça.
Como estávamos atrasados na entrega da casa iríamos trabalhar então até as quatro daquela quinta santa.
Até as dez horas todos animados, uns cantando, outros conversando.
         Raul e Joaquimzinho quase que pegando no tapa, Joaquimzinho é um homem sem religião, mas respeita muito todas as religiões e fala também muito em santo, já Raul diz que santo não existe e ter imagem em casa é uma tremenda basbaquice.
Com esse papo o pau ia moendo entre os dois.
         Raul dizia que um dia Joaquimzinho estaria dentro da igreja que ele freqüentava.
          Raul por vezes disse que quebrou várias imagens de santos e se algum de seus filhos levasse para casa qualquer uma que fosse ele metia o pé.
         Esse papo foi ate à hora em que pedi para parar com aquilo e também paramos para almoçar, nosso almoço ia das onze ao meio dia e meia.
A maioria almoçava junto, mas tinha aquele mais acanhado como o próprio Raul que saiam a certa distancia para bater o marmitão.
         Raul saindo de perto, Joaquimzinho comentou que ele era doido varrido de falar mal dos santos, isso era onze e vinte mais ou menos.
Meio dia e meia, começamos no batente outra vez.
         Treze horas e dezessete minutos, armou uma tempestade vindo com uma ventania de mais de sessenta por hora, e como rasgava o céu de brilhos luminosos de raios e que foguetório de trovões sem parar. 
Uns seis minutos mais ou menos foi o suficiente para as nuvens negras chegarem até onde estávamos mal adentramos a sala a chuva forte desceu sem muita calma.
         Trovões e raios por toda parte, caem um em uma cerca, outro em uma árvore e mais um aqui e outro ali, de onde estávamos pela janela via se o pasto grande e o gado procurando esconderijo muito rapidamente, mas de um momento para outro, ali bem perto de nós uma vaca foi atingida por um raio fatal.
         Joaquimzinho como quem não diz, mas dizendo mostra o nervosismo de Raul, que circulava sem para por todos os cômodos da casa.
         A chuva com raios e trovões não durou mais que vinte e cinco minutinhos, mas com toda fúria que ninguém possa imaginar e foi o suficiente para dar um exemplo para todos que ali se encontrava.
         Além de ter matado a vaca perto da janela caiu outro na árvore forte fazendo a sumir.
Raul começou então a gritar por Nossa Senhora Aparecida, e repetia desesperadamente por varias vezes o nome da Santa dizendo, vale-me Minha Nossa Senhora, tenha piedade de nós Nossa Senhora Aparecida ajoelhando rapidamente a frente da janela, e parece que Raul ao terminar de pedir a chuva deu trégua.
“Senisio”.

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