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segunda-feira, 16 de abril de 2012

Também sou pobre.16/04/12

Também sou pobre.

    
     Fostes em festa de pobre é uma maravilha a melhor coisa que existe, festa de pobre é cheia de comida e bebida.
Meu sobrinho trabalha comigo e na segunda feira da semana passada, ele me avisou, olha tio; eu vou parar sexta feira mais cedo um pouquinho.



Na hora perguntei o do porque ele queria parar às quinze horas e trinta minutos.
         Bem tio eu fui convidado para um casamento na sexta às vinte horas e como é em Franca, precisamos ir dezessete e quinze, só assim chegaremos com tempo de assistir o casório no cartório, pois o da igreja é no sábado à noite.
Mas então você vai retornar no domingo.
Com certeza, pois sexta eu sou padrinho e no sábado não podemos perder a festa.
         Você estando aqui segunda está tudo bem.
No domingo chegaremos aqui na parte da tarde e segunda pego cedo.
Então ta respondi!
         Sexta feira às três horas meu sobrinho começou por lavar as ferramentas e guarde-las na varanda e as três e dez, ele caiu na marva, subiu a serrinha sem mesmo olhar para trás.
Eu e o outro ajudante ficamos ate às dezessete horas sendo este horário o normal de nosso trabalho.
         Bem, certo mesmo é que festa de pobre há hora e dia para começo e não existe hora nem dia certo para finalizar, ainda mais sendo casamento.
Passei o final de semana em casa como de costume, sempre em minha Olivetti digitando alguma coisa.
         Eu tinha certeza que meu sobrinho nunca estaria segunda-feira no serviço, poderia até chegar de Franca, mas trabalhar eu sábia que não.
A festa começaria então sexta-feira ali pelas vinte e uma horas e sabe lá que hora ia terminar.
         Pobre é mesmo exagerado, pensa muito em comida e bebida, e os donos da festa têm medo de passar vergonha então faz das tripas coração para satisfazer os convidados e os penetras também, pois eles estão em todos os lugares.
         Festa de rico é bem diferente eles pagam uma empresa e tudo fica resolvido, se bem que festa de rico é uma miséria sem tamanho, uns pinga, pinga, até para pegar o salgadinho da bandeja, eles empinam os dedos como bico de cisne.
         Já o pobre não, o negocio deles é cerveja, cachaça e carne, o resto é sobra que fica para rebater na segunda-feira.
         O pobre mesmo com pouco que ganha, pega o pagamento ao final de semana e chega ao açougue e logo já compra tanto de quilos de lingüiça, um monte de carne de segunda e mais uma porção de carne moída, isso às vezes acaba na quinta ou sexta-feira, e eles custam agüentar até sábado.
         Já o rico vai ao açougue e pede meio quilo de carne, claro carne de primeira, mas a desculpa é só para o almoço, mas e o jantar.
Então cheguei hoje para trabalhar e perguntei para o Antonio, o ajudante se não tinha visto meu sobrinho, eles moram ali pertinho um do outro, lá mesmo na roça.
         Eu sábia, claro que não chegou como prometera.
Era umas três horas da tarde, quando meu sobrinho desceu a serrinha, com sua esposa, ao chegar perto de nós ainda estava com o bafo de onça, a carniça evacuava pelos ares.
Foi então que nos contou como foi o casório e da grande festa que o pai da noiva fez.
          Claro que tinha que ser assim, é pobre, como nós e não poderia ser diferente.
Assim nos contou que já na sexta-feira, o pau moeu cedo, cerveja e churrasco a doidada, e sábado da mesma forma, domingo também com a soca fizeram mais festa.
         Uai, sobrinho, hoje é segunda, antes de eu perguntar ele respondeu.
Então hoje na hora do almoça ainda tinha umas garrafas de cerveja e um pouco de alambique, ai já viu.
Ouvimos a história e ele foi embora, dizendo que ia dormir.
         Eu sei disso porque em casa é assim, o dia que tira para uma festinha às vezes começa no sábado e termina no domingo à tardinha, também sou pobre.


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