.feed-links{display:none !important;

Total de visitas

sábado, 7 de abril de 2012

Não fume mais 07/04/12

Não fume mais.
Eu sou um homem até que um pouco tranqüilo, pois mesmo tendo alguns obstáculos sigo em frente com essa minha vidinha safada, sei lá, eu acho que até o exato momento desta que é reservado a mim, não tive muita sorte.
         Com essa idade que não é pouca, nunca tive exatamente um bom merecimento e acho que esse mundo ficou contra mim e quem sabe tenho que esperar por uma outra vida se de verdade tivermos.



         A situação que a vida me deu não é das melhores e não é desde hoje, trabalho como um burro de carroça e nem mesmo sei para quê, uns tempos atrás tive por alguns anos uma companheira, mas terminou como tudo finaliza nesta vida.
Meu trabalho às vezes é duro como extrair minhoca do asfalto, mas depois tem também dias de moleza, fico com pernas aberta em frente à TV, assistido desenho.
         Labuto para ter algum objeto de meu, como uma casa de minha ou mesmo um simples viver, não é fácil conseguir e nem mesmo sei o que causa o detrimento do meu objetivo.
         Como gostaria de ter sorte como muitos, pois só se sai bem quem recebe o dom da sorte, eu agora percebo, pois o sortudo mesmo estando caído em sono dentro da noite seus ganhos esta na porta a espera do caminhar pela manhã.
Eu não tenho uma profissão definida então agarro no que me é apresentado, por isso subo escada com lata de concreto no ombro, ou mesmo carrego tijolo pelo andaime a fora, como também quando proporciona roço invernada ladeira abaixo em épocas de chuvas, o que não posso é ficar parado.
         Com esses meus afazeres ganho para meu sustento, uma mixaria que mau da para comprar a miséria, pois a vida de um sem sorte é como ter uma miserável vida, mesmo que seja um bom trabalhador.
         Mas mesmo assim vez em quando eu gosto de dar uma volta, assim quem sabe a vidinha muda um pouquinho e saia da rotina, que é trabalho, casa e trabalho.
         Então faz uns quinze dias eu mais meu amigo saímos para dar uma visita à cidade vizinha da nossa, pois ia ter neste dia um forrozinho bacana e quem sabe nos conheceríamos alguém, foi o primeiro pensamento.
         Pegamos o ônibus da viação gardênia e retiramos-se para a cidade de São Sebastião do Paraíso, por volta das vinte e duas horas entramos clube adentro.
Como meu amigo gosta de cantar foi chamado para ajudar os cantores completar a noitada, assim fiquei por ali, uma dança ou outra vez em quando, uma dançarina até disse-me que mãos grossas, calos menina eu respondi, continuando a bailar.
         Lá pelas tantas da noite meu amigo me chama e me pede para sair à caça de cigarros, no clube não vendia e como havia acabado tanto o meu quanto o dele, peguei uma ruazinha sentido ao bar mais próximo, que ficava a dois quarteirões.
         Minha idéia era comprar o maldito fumo e voltar rápido, pois queria continuar dançando com aquela menina de minha idade mais ou menos, continuava com aquele pensamento, quando levei uma rasteira, bem na virada da esquina.
Cai como jaca madura e o malandro veio à cima de mim, chutando e arrebentando meus bolsos para retirar a pequena mixaria que havia neles.
         Levei muitos chute e sopapos pelo rosto e no final além de levar o pouquinho que tinha, fiquei sem meus documentos e minha camisa toda rasgada.
Ao largar-me no chão o malandro ao caminhar certa distancia contou o dinheiro e viu que havia somente vinte e cinco reais, olhando para traz me disse, não trabalha não seu vagabundo.
Pó meu Deus eu é que sou o vagabundo, pensei na hora, mas ainda bem que fiquei somente com uns roxos e vergões pelo corpo, logo curar-se.
Camisa compra-se outra, então porque não sorri a vida nas mãos de outros pode ser curtíssima.
Voltei para o clube rasgado e sem o maldito cigarro, quanto para irmos embora o proprietário do salão me emprestou uma camisa e devolvi uns dois meses depois, assim que voltei lá.
         Tive que extrair meus documentos tudo novamente e como isso é azucrinante, naquele dia eu acho que começou brotar o acaso, pois estou vivo e continuo alegre como antes, mas uma coisa foi muito certa daquele momento não fumei mais, respiro até melhor hoje em dia.
Só não deixei de sair de vez em quando vai ver que um dia surge novamente a sorte e eu encontre minha melhor vida. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário