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domingo, 11 de dezembro de 2011

dor sem dor 11/12/11

 Dor sem Dor
Hoje meu amigo Denílson chegou por volta das duas horas da tarde em minha casa, e quando ele vem ate aqui, não sei de onde sai tanto papo e tanta coisa para falar um para o outro.
Depois dos comprimentos de costumes, partimos sempre para cozinha de minha casa, a cozinha é bem grande, tem cinco metros de largura por nove metros de comprimento e no centro fica uma mesa de dez cadeiras e é aonde sentamos e passamos toda a tarde conversando.
      Falamos de política, de religião, de futebol, da vida de uns e outros, falamos de coisas boas e coisas que não tem nenhum proveito, como sempre; e é sempre assim.
Temos uma amizade que já gira em torno de quarenta anos, eu tenho cinqüenta e quatro anos e ele tem quarenta e seis anos.
Quando meu amigo Denílson chegou aqui em minha cidade ainda morávamos no sitio e foi ali que conhecemos um ao outro, chegaram sem nada somente com as roupas do corpo e a primeira bola de sabão para um banho foi minha mãe que o arrumou para eles.
Hoje, sentados ali em torno da mesa e via minha mãe também entrar na nossa prosa.
Ai eu notei como a vida é curta e tão pequena que cabe na palma da mão, e como passa tão depressa, ali percebi que já não tinha mais, avôs, tios, e meu velho pai que reunia sempre envolta daquela mesa e fazia todos sorrirem com seus casos.
Deu-me uma dor por dentro, perto do coração, e me senti tão mal, naquele momento o mundo para mim não existia, fiquei atordoado que sumi sem manter minha presença, ali; junto a minha mãe e meu amigo Denílson.
Devo de ter ficado fora do ar por pelo menos uns setenta segundos, sei que depois disso ouvi meu amigo me perguntar não é mesmo?
Disse sim, mesmo sem saber do que se tratava, minha velhinha deu um sorriso, ai ainda mais meu coração se partia, pois há dias que eu não via um sorriso em seus lábios.
Passado aqueles segundos voltei ao mundo e notei que estavam falando do que anda fazendo com nosso mundo.
Minha velhinha dizia que setenta oitenta ou ate mesmo cem anos é pouquíssimo tempo de vida para uma pessoa, pois ninguém tem certeza de nada, ninguém sabe se depois que o corpo tombar e a terra destruir a carne se haverá outra vida ou não.
Claro a dizia tem muita coisa escrita, sobre vida depois da morte, mas sem certeza, pois ninguém trouxe a prova aos vivos.
Ali naquela mesa onde sempre estamos reunidos sai cada coisa que nem mesmo quem comenta acredita no que esta dizendo.
Mas isso é bom, sinal como dizia minha finada bisavó ainda é porque estamos vivos.
Sei que ali ouvindo meu amigo Denílson e minha mãe e como tinha sumido por uns instantes e retornando a face, deu-me uma tristeza imensa.
Pois agora via como de fato a vida havia passado depressa, já não tinha ali mais minha família por completa, restava-me então eu e minha velhinha e o amigo Denílson que agora mesmo não sendo da família, esta pertencendo agora com a força da amizade com o tempo passado.
Sei que uma gota de lagrima correu no canto dos olhos e nem sei se um ou outro percebeu, mas sei que o tempo faz com que sentimos solidão, mesmo que estando perto a alguma pessoa que queremos bem.
Abre se um buraco dentro do peito e a solidão que sentimos no momento tempo parecem que vai exterminar a vida da gente, logo depois nos distraímos e voltamos ao normal.
Foi assim que retornei naquele momento ali sentado a beira da mesa, mas que senti algo estranho, isso eu senti, não sei o que foi uma dor sem doer.
Sei que ali estava minha velha mãe e meu amigo e com isso parece que aquela dor amenizou com algumas palavras que disseram, mas que é muito triste, isto é, e não queira sentir falto do que não pode ter e nem mesmo ver.
Pois solidão é assim começa com um pensamento de outrora que passamos ou tivemos algo e retorna em nossa mente fazendo agora de imediato atrito e com isso vem o sofrimento de não possuir nada a não ser a vida.
A sorte foi que aquele momento em que eu estava agoniado alguém bateu na porta e Deus o abençoe por isso, se não teria me dado um trem, levantei-me e fui rapidamente abrir a porta e foi assim que todos maus pensamentos saíram de minha mente e voltando já estávamos em papos muito mais atrativos e bons.
Nem sei por que me senti assim tão mal, nunca fui disso, mas acho de fato que o tempo faz com que sintamos um vazio e com isso deve ser para melhor aproveitar o restante de vida, mas sem muitas estripulias.
Meu amigo Denílson foi embora e eu resolvi escrever sobre essa agonia, essa fadiga, e falar da dor sem dor, que é a dor de sentir solidão.

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