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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

No mato que se tem a paz

No mato que se tem a paz
Hoje não tinha assim nada de interessante para contar e escrever.
 Vou falar de uma historinha de minha sobrinha que residia no sítio.
Ela casou no mês de fevereiro há seis anos atrás, sendo que desde quando nascerá sempre residiu ali no sítio de seu pai, que é meu irmão.
Pois bem, minha sobrinha nunca tinha saído do colo da mamãe, então se casou com um rapaz muito trabalhador, que também morava ali pela região, fizeram um festão danado no dia do casamento.


Como dizem vida de um é ruim, mas a vida de dois não fica atrás, tem que estar sempre lutando junto para que de tudo certo e não finda a união com pouquíssimos dias, ou mesmo ano.
Eles depois de três meses de casados, como o rapaz trabalha na roça e ganha em torno de  quinze reais por dia, dando um valor de  noventa por semana, com este valor recebido semanal estava dando para comer, eles não pagava aluguel e nem água.
Ali no sitio os dois somente pagava a energia elétrica que girava em torno de doze reais ao mês.
O marido de minha sobrinha sempre foi e é um homem trabalhador, mesmo quando chove enfrenta com sua capa amarela o tranco do serviço.
Já minha sobrinha enquanto estava na companhia dos pais, não sei se era forçada, mas era de trabalhar muito e não tinha serviço pesado ou difícil.
Como vivia na companhia dos pais nunca ajuntou dinheiro ou mesmo teve uma roupa de primeira.
Cansando-se mudou completamente, já no inicio deixou de trabalhar, passou ficar somente em casa, sendo ela agora uma perfeita dona de casa.
Mas com o que o rapaz ganhava claro; se não souber controlar recua mesmo.
Não que eu seja um sabichão, mas vendo agora o que aconteceu , eu  diria, começaram errado o modo de agir, principalmente minha sobrinha, que sabia que o rapaz com quem estava casado, era um moço pobre e seu salário é pequeno.
Então estando ali no sítio na pequena casinha pé de serra, que meu irmão havia reformado, para eles morarem, onde deveriam ter ficado.
Mas minha sobrinha deu em cima do marido, para que eles mudassem para cidade e ele arrumar um emprego em firma ou mesmo que fosse de servente, o importante para ela era estar em uma melhor, como mesma disse.
Então o rapaz conseguiu um emprego em uma selaria e minha sobrinha foi então trabalhar na pastelaria central.
Até aí nada de mais, mas o que vem a cavalo sem freio perde-se o domínio.
Ele saia do emprego às dezoito horas e ela as vinte e três horas, ficava então por esperar por cinco horas, às vezes dormia ate no sofá, com isso começou os desentendimentos, que em minha opinião, não que seja machista, mas é natural da vida, ela deveria ter se acomodado um pouco e não ter ilusões de luxuria.
      Se bem, que ter dentro de casa, uns elétricos domésticos melhores não é ilusão de luxuria é simplesmente o desejo de todos e é tão pouco.
Isto também causa separação, não que eles separaram, mas estiveram a beirinha.
Como sempre minha sobrinha chegava às vinte e três horas, seu marido muitas das vezes dormia no sofá e nunca abria a porta para a entrada de sua esposa.
      Na sexta feira, por volta de dez para as vinte e três horas, ele acorda e escuta o ronco do motor do automóvel e logo em seguida minha sobrinha entra porta à dentro, com isso o pau comeu entre eles.
Ele passa acusar que ela esta saindo com o patrão e ela o acusa de ser um nada.
Já quase cinco da manhã do sábado os vizinhos não aguentam e chamam a polícia para eles.
O rapaz tinha dado uns petelecos na minha sobrinha, também com certeza ela deve de ter merecido, pois ela é dessas moças que com duas ou três palavras ditas, já joga tudo que encontra pela frente e deve de ter acertado o rapaz.
Sei disso porque ele é muito calmo, um bobão mesmo, todos fazem o que quer dele.
Neste dia acho que a veia dele corria ao contrario.
Bem estando na delegacia a minha sobrinha ainda disse ao delegado que aquilo não passava de uma simples briguinha e ela não tinha nada a queixar do seu amor.
Isso é interessante tinha tomado uns safanãos, mas estava tudo bem entre eles, no caminho de volta ainda vieram abraçados, como se não tivesse tido nada.
       No domingo pela manhã vieram até minha casa e minha sobrinha contou-me o que tinha acontecido.
Dei uma de João migué e sai para um canto e conversei com ela, que me pediu conselhos, ora conselhos não se dá, mas se o causo foi o de ter vindo morar na cidade então volte para o sítio e viva a vida que desde sempre tiveram.
E foi isto que aconteceu, hoje faz cinco anos que passou esta história e eles estão vivendo muito bem, compraram moveis novos, reformaram novamente a casinha pé de serra, tem umas vaquinhas onde minha sobrinha tira-se o leite que é vendido para cooperativa e seu marido continua trabalhando aqui e ali.
Acho eu, que devemos ver no inicio, antes que o mal aconteça se isto ou aquilo será bom para se ter.
Pelo que meu irmão conta, desde o dia em que voltaram para o sitio não tiveram sequer uma discutição ou qualquer tipo de desentendimento, ali estão vivendo uma vida digna, não que na cidade não tenha vida virtuosa, mas deve-se saber onde andas e dirás perfeitamente que tu és, é o verdadeiro ditado.
Há pessoas que não foram feitas para viver longe do mato e é no mato que se tem a paz.

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