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domingo, 6 de novembro de 2011

Mão de Pilão


Mão de pilão
Impressionante como é a vida da gente, passamos por coisas boas nesta vida, mas as piores são sempre mais presente.
Até mesmo para ser enterrado precisamos de dinheiro e se não tem, o defunto fica por conta da prefeitura ou mesmo do estado, assim é em minha região.
Vi tantas pessoas pobre que quando um dos seus familiares faleceu, tiveram que deixar por conta da prefeitura o enterro.
E o enterro feito pela prefeitura fica como indigente, o caixão é um dos piores que existe, e, além disso, jogam como uns montes de osso na cova agora estão fazendo apartamentos, mas não um apartamento de primeira.
O apartamento que estão fazendo é de tijolos furados, creio que é para ficar um pouco mais barato.
Noutro dia fui a um velório e dei uma passeada pelo cemitério, olhando os velhos túmulos e dei de encontro com uns apartamentos para a classe menos favorecida.
Andava aqui e ali pelas passarelas  entre os apartamentos, quando dei de encontro com um conjunto de apartamento todo rachado e as aberturas eram muito largas por onde se via o caixão dentro.
Ate aí nada demais, mas ao andar mais um pouco senti uma carniça horrível, como se fosse merda de gato descoberta.
Andei mais um pouquinho e não estava mais suportando o fedor, o azedume era tanto que comecei espirrar sem parar, queria sair o mais rápido dali.
Dei de encontro com uns conhecidos e comentei com eles, sobre aquilo, um deles me disse que a prefeitura estava fazendo aqueles apartamentos, com tijolos baianos, ”como são chamados aqui os tijolos furados”, e também estão fazendo de qualquer maneira, isto é para que o custo fique menor.
Muito triste.
Daquele dia em diante, comecei pensar, sendo de uma família muito pobre, se morrer algum de os e não tivermos dinheiro para comprar um catacumba  melhor, poderemos ficar ali exposto também.
Meu pai nessa época se encontrava muito doente, ainda era novo, tinha então sessenta e cinco anos, mas sentia muita dor no estômago e um ano depois ficou muito mal e foi internado, onde operaram, mas não resistiu à operação, pois havia um câncer no estômago que tinha comido todo ele.
E agora meu Deus!
Falávamos como faremos para enterrar nosso pai, pois nenhum nem outro tinham dinheiro naquele momento.
Foi então que minha irmã disse, nosso pai deve de ter algum dinheiro guardado, ele nunca foi de guardar no banco a sobra.
E não é que ela tinha razão, vasculhamos a casa toda e embaixo de uma das gavetas da cômoda, um maço de notas, foi à salvação, pagamos todas as despesas e ainda sobrou para o inventário.
Sorte a nossa de ter um pai assim, ele sempre dizia que colocar dinheiro em banco é tratar de porcos com soro de leite e sal, só caga e não engordam.   
Ainda bem que tinhamos um pai que pensava assim, já pensou se o dinheiro que ele tinha estivesse em um banco e ninguém tivesse o cartão ou a senha estávamos perdidos ia dar uma mão de pilão, muito suor a escorrer e calos.







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