Onde está o valer se
não vale.
Está noite foi uma loucura para eu dormir.
Não que eu não tinha sono, mas é que um som malvado não
deixou pregar os olhos.
Depois de um dia de trabalho, estava precisando descansar,
para que no outro dia estivesse com meu corpo normal para enfrentar o mesmo
serviço.
Meu serviço é um pouco tranquilo, quase não faço nada, a
única coisa que tenho que fazer é amassar concreto, carregar tijolos, subir
escada levando a lata de massa e subir com oito ou dez tijolos no ombro até o
pedreiro.
Então não é
assim tão cansativo, mas como todo ser humano precisa de sono eu preciso
também, pois quando dormimos, ao acordar nós estamos com um corpo muito melhor.
Bem eu tinha que dormir, mas o infernal som não queria
deixar, virava de um lado para outro e nada do sono chegar.
Parece que quanto mais eu revirava, mais o sono se
distanciava e as horas iam passando como nuvens levadas pelo vento.
Como eu
tinha vontade de xingar, de ir até lá e falar com os organizadores, pedir para ter
dó de mim e os outros que têm que trabalhar no outro dia.
Então ia olhando no relógio e os segundos sendo contados
pelos meus olhos, que sacrifício que tristeza, pedia a Deus o criador para ter
compaixão e mandasse meu sono.
Nem isso estava adiantando, pois o Tum Tum Tum das funestas
caixas de sons era mais forte que meus pensamentos de pedidos, e muito mais
forte ainda que minhas orações.
Acho que Deus não escutou a mim por isso.
Pensei
então em ira a casa do senhor Juiz e pedi-lo para que ele nos ajudasse com
aquele som,
Por infelicidade a minha nem adiantaria eu ir até ele, pois
estavam no seu rancho as margens do rio, pelo que fiquei sabendo.
O que fazer então, já era quatro horas da madrugada e nada
de dormir, Deus o pai seja mais amável com seu filho pensava eu, tenho que
estar as sete na obra e corro risco senhor de estar com sono e fraco, como
tenho que subir; Pode até cair dos degraus e me machucar.
Com aquilo deu cinco e eu me levantei e fui para cozinha
fazer meu café e preparar a sagrada marmita de todos os dias.
Onde levo arroz, feijão um ovo frito talvez ou mesmo um
chuchu com pimenta.
Fazendo meu café e aquecendo a sobra do jantar, lembrei-me
das leis dos homens, que serão baixadas um dia e serão colocadas em disquetes,
os quais tocaram pelo soberano senhor da criação, que ira escutar, então ele
saberá quais foram às regras aplicadas que os homens usaram para fazer as tais
leis.
Acalmei-me um pouco, pois meus nervos tremiam como se
tivesse passando em uma esteira de maquina de beneficiar arroz.
Vi em minha vista naquele momento, como é insignificante as
leis que eles criaram, nas caladas, pois dizem que um som após as vinte e duas
horas não pode passar de tal altura.
Mas como pode ser isso, pois ali estava um som para toda uma
cidade ouvir e a noite toda, ali gritava o locutor de rodeio, depois os
artistas com seus cantares e por fim o som pesado do Tum Tum Tum, para final de
noite e com suas danças malucas.
Creio que ali deveria ter no máximo, umas duas ou quem sabe
cinco mil pessoas, sendo que nossa cidade tem um total de dezessete mil
habitantes, então se tinham lá cinco, os doze mil tem que ouvir e não dormir
pelos outros cinco.
Deus meu, que mentecaptos cheios de loucuras, porque não
cumprem a tal lei determinada pelos sábios que as fizeram, se posso chamá-los
de sábios, acho que depois da meia noite com o som mais alto entra mais gente.
Pensam!
Será que não pensam que depois da meia, quem foi, foi; quem
não foi, dorme! Abaixe o som e deixem os que trabalham durante o dia, dormir,
pois vam vocês dormirem dentro do dia, se dormem! Nem sei, pois ficam no embalo
do gás.
Mas eles não fazem massa de concreto não carregam
tijolos e nem sobem escadas, com peso no ombro, por tanto, acho que estou um
pouco doido, só eu estou me preocupando com isso!
E a lei é só para quem trabalha? Não vale vintém!
Onde depois das vinte e duas horas, silencio! Ou baixinho; onde está a tal?
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